O impacto significativo do Programa de Sustentação de Investimento (PSI) nas vendas de máquinas agrícolas no país certamente pesou na hora de o governo bater o martelo sobre a continuidade do estímulo, lançado após a crise internacional de 2008 e com encerramento previsto para 31 de dezembro deste ano.
Nesta quinta-feira, o Ministério da Fazenda confirmou que o programa, com linhas de crédito de taxas de juro diferenciadas - atualmente em 3,5% - será continuado. Por enquanto, porém, detalhes como datas, valores e tarifas, não foram divulgados porque ainda estão sendo definidos.
A notícia, como era de se esperar, é bem recebida pelo setor. Ainda sem o comunicado oficial sobre a manutenção, o vice-presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Milton Rego, conta que havia uma expectativa da situação ser definida ainda neste mês. Sobre a relevância do mecanismo é enfático: o PSI foi, sem dúvida alguma, um dos principais fatores do crescimento da demanda de máquinas agrícolas - atualmente, cerca de 80% das vendas são feitas pelo programa.
- E isso é produtividade na veia - completa.
Para ficar apenas no exemplo gaúcho, foi o anúncio da redução do juro do PSI de 5% para 2,5% em plena Expointer que ajudou a elevar as vendas na feira do ano passado, apesar das duras perdas impostas aos produtores pelo clima.
A definição pela continuidade vem em boa hora. A tempo de impedir uma interrupção do programa no meio da safra de verão. Além disso, a incerteza que pairava no ar estava contaminando o ambiente de negócios, diminuindo o otimismo de produtores e concessionárias. Agora, é esperar pelas regras para prever com mais precisão uma vida longa aos negócios do setor.