Com a colheita de trigo em andamento e a possibilidade de produção farta, representantes dos produtores aumentam a pressão para que o cereal do Rio Grande do Sul ganhe mais competitividade. A campanha para que o governo reduza a alíquota de ICMS na venda para outros Estados atualmente em 12% , a exemplo do que ocorreu em outros anos, já começou.
Quanto antes chegar, melhor. Neste ano, os gaúchos podem ter a segunda maior safra em 37 anos e, com a quebra registrada no Paraná, retomar o posto de maior produtor nacional do grão. Tamanho volume pode não fazer a diferença na hora das vendas, já que outros Estados têm tarifas menores de ICMS. Há ainda a concorrência externa e a problemática da navegação comercial. Em alguns pontos do Brasil, sai mais barato trazer trigo de fora do país do que comprar o produto gaúcho.
- Se houvesse a redução do imposto para entre 4% a 6%, teríamos condições de levar nosso produto para Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, grandes mercados consumidores - afirma Hamilton Jardim, presidente da Comissão do Trigo da Federação da Agricultura do Estado, que aguarda anúncio de redução até o dia 20.
Da produção gaúcha - estimada em 2,7 milhões de toneladas pela entidade -, cerca de 1 milhão de toneladas devem ser usadas por moinhos gaúchos. Descontada a quantia já empenhada em exportações, Jardim projeta em 1,3 milhão a "sobra", disponível para a venda. Em contrapartida, o Brasil, com consumo bem acima da produção, precisará importar trigo. O custo para trazer as cerca de 7 milhões de toneladas necessárias para fechar a conta é calculado em cerca de US$ 3 bilhões.
O pedido para reduzir o imposto está sendo avaliado. O secretário da Agricultura, Luiz Fernando Mainardi, diz que a prioridade é garantir bons preços ao produtor:
- Vamos tratar do ICMS no momento em que for necessário dar mais competitividade ao trigo.
Opinião
Gisele Loeblein: "Menos imposto para o trigo gaúcho render"
Gisele Loeblein
Enviar emailGZH faz parte do The Trust Project