O Brasil é o maior produtor de arroz do mundo fora do continente asiático. De acordo com a Campanha Nacional de Abastecimento (Conab), o país deve atingir a marca de 10,8 milhões de toneladas do grão na safra 2022/23.
Boa parte do arroz produzido em solo brasileiro é proveniente do Rio Grande do Sul. O estudo “Radiografia da Agropecuária Gaúcha 2022”, desenvolvido pelo Departamento de Políticas Agrícolas e Desenvolvimento Rural, indica que o estado é responsável por 70,4% da produção nacional e que a região da fronteira representa 32% da safra gaúcha.
Em 2021, os arrozeiros do Rio Grande do Sul exportaram 814.673 toneladas para 71 países, gerando US$ 330,54 milhões. Os principais destinos foram Peru (16,9%), Venezuela (11%), Países Baixos (10,5%), Senegal (10,5%) e Gâmbia (9%).
Segundo dados do levantamento, o grão é cultivado em 183 municípios gaúchos. Dentre eles, desponta Uruguaiana, cidade localizada perto da fronteira com a Argentina, que se destaca como uma das maiores produtoras de arroz irrigado do país. Atualmente, o município é responsável por cerca de 10% da safra do estado.
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Roberto Fagundes Ghigino, vice-presidente da Associação dos Arrozeiros de Uruguaiana e Barra do Quarai, explica que o município conta com uma série de características que colaboram com a produtividade das plantações de arroz. É possível citar, por exemplo, a excelente luminosidade da época do plantio até a colheita e a temperatura.
– Além disso, a topografia é favorável para a construção dos açudes para armazenar a água que será usada na época de seca. Isso ajuda muito Uruguaiana a se consolidar como uma região arrozeira – aponta Ghigino, que também é vice-presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz).
O especialista ressalta que o agronegócio tem um papel importante e é essencial para a economia de Uruguaiana, já que representa 45% do Produto Interno Bruto (PIB) da cidade.
– O setor gera muita mão de obra e serviços, principalmente os terceirizados que giram em torno da lavoura. Entre eles, transporte, oficinas, borracharias e profissionais especialistas em sistemas elétricos. Há também o movimento bancário, já que muitas agências vivem em função dos produtores da roça, oferecendo financiamentos e outros serviços – diz Ghigino.
Expectativas para a próxima safra
Mesmo com o baixo volume de chuvas dos últimos meses, a expectativa é de que Uruguaiana colha bons resultados na próxima safra.
– A lavoura já está praticamente consolidada. A cidade tinha uma intenção de plantio de 96 mil hectares. Em função da seca que estamos enfrentando, com chuvas abaixo da média nos meses de outubro e novembro, os produtores estão plantando menos. Mesmo assim, a lavoura já está quase encerrada e nossa expectativa é atingir entre 92 mil e 93 mil hectares – finaliza o vice-presidente da Associação dos Arrozeiros de Uruguaiana e Barra do Quarai.
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