O Rio Solimões chegou ao menor nível da história no trecho que passa pela cidade de Tabatinga, no Amazonas, de acordo com relatório do Serviço Geológico Brasileiro (SGB). O nível medido foi de -94 cm. Antes, o nível mais baixo registrado no trecho havia sido de -86 cm, em 2010.
Apesar do número negativo, não significa que o rio esteja sem água, explica o SGB. Indica que a água está abaixo do nível de referência definido em cada estação de medição. No trecho de Tabatinga, também foi registrado um número negativo em 2023, com -72 cm. O que preocupa é que a situação crítica no Solimões pode influenciar outros rios da região.
— O Solimões chegou às cotas mais baixas de maneira antecipada. Nas duas únicas vezes em que observamos cotas negativas, 2010 e 2023, a mínima foi atingida somente em outubro. Por essa análise, e diante da previsão de chuvas abaixo do esperado para as próximas duas semanas, as projeções indicam que o cenário pode se agravar — afirma o gerente de hidrologia e gestão territorial da Superintendência Regional de Manaus (Sureg-MA), André Martinelli, em comunicado do SBG.
A Amazônia tem enfrentado secas severas como consequência da crise climática, tornando-se mais vulnerável a incêndios. No primeiro semestre deste ano, a floresta bateu recorde de focos.
Em Porto Velho, o Rio Madeira registra o segundo menor nível de sua história, de 134 cm. A pior medição ocorreu no ano passado, quando a água bateu em 110 cm.
Já no trecho do Rio Acre na cidade de Rio Branco, a medição foi de 131 cm, a terceira menor da série histórica. Os piores níveis ocorreram em 2022 e 2016. O relatório também aponta situação preocupante nos rios Amazonas e Negro.