O governo de Mato Grosso do Sul decretou situação de emergência por causa dos incêndios florestais no Pantanal. O decreto foi publicado no Diário Oficial do Estado, nesta segunda-feira (24) e vale para os municípios atingidos pelo fogo. A publicação tem validade de 180 dias.
Os incêndios chamaram atenção no último fim de semana enquanto a cidade de Corumbá, em Mato Grosso do Sul, celebrava o tradicional Arraial do Banho de São João. Na ocasião, uma larga trilha de fogo se alastrava na margem oposta do Rio Paraguai, a poucos quilômetros de distância. A cena do incêndio foi registrada em vídeo por uma moradora e motivou críticas à realização do evento nas redes sociais.
Com 1.291 focos de incêndio, Corumbá é o município mais atingido pelas queimadas no bioma em 2024. Como mostrou o Estadão, as áreas incendiadas do Pantanal aumentaram 1.500% na comparação com o ano passado, considerando período de janeiro a 17 de junho.
As 2.246 queimadas registradas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) no bioma até meados deste mês se aproximam do patamar de 2020 na mesma época. Naquele ano, 26% da extensão do bioma pantaneiro pegou fogo, com 2.315 focos até junho. Foi até hoje a maior devastação já registrada no Pantanal.
Como resposta, o governo estadual determinou a proibição do uso do fogo controlado nas propriedades e investimentos de R$ 50 milhões na estrutura de combate a incêndios florestais.
Na semana retrasada, a gestão Eduardo Riedel (PSDB) solicitou apoio federal. O Estado receberá quatro aeronaves de grande porte do Exército, e 50 agentes da Força Nacional serão enviados ao Mato Grosso do Sul. O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) também cedeu três aeronaves para uso no combate às chamas.