Abril será um mês com chuva abaixo do esperado na maior parte do Rio Grande do Sul e temperatura acima da média em comparação aos registros climatológicos para o período. A previsão é da Climatempo e do Instituto Brasileiro de Meteorologia (Inmet). O mês que começa na segunda-feira (1º) terá a primeira semana com instabilidade e alerta para temporais.
Municípios do Norte, Sul e fronteira com a Argentina devem ser os locais mais chuvosos em abril, com volume acima do previsto, segundo o Inmet. Em Uruguaiana, na fronteira com Argentina, por exemplo, a chuva pode ser superior a 161,7mm, a média climatológica para o mês. Já Porto Alegre deve ter quantidade perto do esperado: 114,4mm.
— É em abril que as massas de ar polar começam a avançar pelo continente, o que faz com que as temperaturas fiquem mais baixas e ocorra chuva. Os modelos indicam que o El Niño vai começar a perder força a partir deste mês; em maio, ele vai entrar no quadro de neutralidade e, no inverno, deve começar o La Niña — afirma Cléber Souza, meteorologista do Inmet.
O instituto alerta para a possibilidade de chuva abaixo do esperado no Centro-Sul, “podendo afetar o desenvolvimento dos cultivos que se encontram em estágios fenológicos de maior necessidade hídrica”.
Em Santa Maria, no Centro, a média climatológica para o período é 151,1mm; em Bagé, na Fronteira Oeste, 173,2mm. Se confirmada a expectativa, choverá menos do que essas médias no próximo mês nesses municípios.
Mês mais quente
O Inmet também espera que o Estado registre temperatura média acima do esperado em abril. Os locais mais quentes devem ser na metade norte, como em Passo Fundo, onde é aguardada temperatura média histórica de 18,3ºC, e Cruz Alta, onde o previsto é 19,3ºC. A Capital também deve estar mais quente do que o normal; 20,7ºC é a média para o próximo mês.
A tendência da Climatempo indica que temperatura de até 36ºC pode ocorrer em alguns municípios da metade norte.
— Esses períodos de calor podem ser mais duradouros na primeira quinzena, com algum pico de calor intenso também na segunda, porque vamos ter bastante ingresso de ar quente sobre o Estado, que vai entrar em choque com o ar frio que começa a avançar ao longo do mês — diz Vinicius Lucyrio, meteorologista da Climatempo.
Segundo o especialista, de três a quatro massas de ar frio devem atuar no Rio Grande do Sul no período, principalmente na segunda quinzena. Duas delas tendem a ter intensidade maior, o que fará com que manhãs e noites sejam frias: Campanha e Serra deverão ser os mais afetados.
— Esse choque térmico pode trazer temporais de forma abrangente, mas, em geral, os eventos de chuva não vão ocorrer com tanta frequência. Podemos ter volume elevado concentrado em poucos dias, especialmente no Leste e Nordeste, onde a chuva tende a ficar um pouco acima da normalidade. Nas outras regiões tende a ter chuva um pouco abaixo da média, mas não está descartado o risco de fortes temporais, justamente por conta desse forte contraste térmico, principalmente na segunda quinzena — acrescenta Vinicius Lucyrio.