Uma chuva de granizo no Rio de Janeiro, na noite de terça-feira (14), chamou atenção dos internautas. A surpresa foi porque, durante o dia, a sensação térmica na cidade passou dos 50°C. Nas redes sociais, cariocas e pessoas de outros Estado estavam em dúvida sobre como é possível chover gelo horas depois dos termômetros registrarem um dos dias mais quentes do ano.
A verdade é que chuva de granizo após um dia quente não é um absurdo causado pelas mudanças climáticas ou pelo El Niño. Os dois eventos estão associados e, nesta época do ano, são considerados comuns. No Rio Grande do Sul, por exemplo, chuvas de granizo são presença frequente durante o verão.
— O calor e a alta umidade, ao longo do dia, formam nuvens com grande desenvolvimento vertical, chamadas cumulonimbus. É dentro dessas nuvens, formadas por gotículas de água, que as pedras de gelo começam a ser geradas. Conforme as pedras de gelo vão crescendo, as correntes ascendentes precisam fazer força para manter o granizo dentro da nuvem. Quando elas se tornam grandes demais para serem suportadas, acontece a chuva de granizo — explica Guilherme Alves, meteorologista da Climatempo.
Essas nuvens de desenvolvimento vertical também estão associadas à chuva intensa. Além do granizo, o Rio de Janeiro enfrentou fortes rajadas de vento no temporal de terça-feira. Considerando que apenas a junção de calor e a alta umidade é necessária para a formação dessas nuvens, responsáveis por temporais e chuva de granizo, não se descarta a chance do episódio se repetir ao longo da onda de calor enfrentada pelos Estados do Sudeste e Centro-Oeste.
— O Brasil todo tem condição para formação de granizo em qualquer época do ano, mas no inverno não é tão comum. Esses episódios são frequentes nesta época do ano, só que a população está muito mais conectada agora. Então conseguem filmar e ter mais cobertura, porém não significa que o fenômeno seja raro — acrescenta Alves.
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*Produção: Yasmim Girardi