A menos de um mês do fim do inverno e após registrar dias de altas temperaturas, o Rio Grande do Sul enfrenta um dos finais de semana mais frios do ano – e a tendência é de que esta não seja a última frente fria antes da primavera, de acordo com meteorologistas. Apesar desse cenário, o restante da estação deve ser marcado por termômetros mais elevados e chuva.
Os últimos dias de agosto terão um "ar de inverno", com temperaturas mais amenas, segundo Andrea Ramos, meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Nos próximos dias, a Região Sul segue com nebulosidade reduzida e possibilidade de geadas — principalmente na segunda-feira (28), no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina.
Na primeira quinzena de setembro, duas ou três massas de ar frio ainda devem entrar no Estado, e ao menos uma delas será mais forte, de acordo com a Climatempo. Porém, mesmo com a expectativa de passagens de frentes frias, o mês deve terminar mais quente e com mais chuva do que a média normal.
— É muito provável a ocorrência de eventos de chuva intensa, granizo e ventos fortes com potencial para transtornos. Será um contraste muito grande com setembro de 2022, que foi frio e com chuva abaixo do normal — explica Josélia Pegorim, meteorologista da Climatempo.
Segundo Henrique Repinaldo, meteorologista do Centro de Pesquisas e Previsões Meteorológicas da Universidade Federal de Pelotas (CPPMet/UFPel), os efeitos do El Niño e do aquecimento de outros oceanos – além do Pacífico equatorial, que caracteriza esse fenômeno meteorológico – já estão sendo sentidos, com ondas de calor no Hemisfério Norte e no restante do Brasil. A temperatura e a precipitação acima da média em setembro decorrem desses eventos.
Ainda assim, os gaúchos ainda devem enfrentar temperatura abaixo de 10ºC. Na próxima semana, uma nova frente fria deve entrar no Estado, entre sábado (2) e segunda-feira (4). Ela não deve ser forte como a deste final de semana, mas os termômetros devem cair para menos de 10ºC, conforme Repinaldo.
Como a transição para a primavera já está acontecendo na atmosfera, há um maior aquecimento, inclusive das massas de ar. À medida que os dias avançam, a frequência das frentes frias diminui, assim como a quantidade de dias que elas permanecem sobre o Rio Grande do Sul. O meteorologista lembra que o encontro de ar frio com ar quente favorece temporais, como no início da semana, com granizo — uma característica da primavera.
— Como a incidência solar vai ser cada vez maior ao longo das próximas semanas, acaba tendo um maior aquecimento da superfície, com tardes mais agradáveis, e noites frias quando tem entradas de ar polar — afirma Repinaldo.
Outubro, por sua vez, deve seguir a mesma tendência de setembro, sendo mais quente e com mais chuva do que o normal, conforme a meteorologista da Climatempo. Josélia reforça que o El Niño se fortalece no decorrer de setembro e outubro, com grande influência no tempo.