Uma operação do Ibama apreendeu 28,7 toneladas de barbatanas de tubarão que seriam exportadas para a Ásia de forma ilegal. As barbatanas são de duas espécies: tubarão-azul (Prionace glauca) e tubarão-anequim, também conhecido como Mako (Isurus oxyrinchus). O último entrou na lista de ameaçados de extinção no dia 22 de maio. A apreensão se deu quase toda (27,6 toneladas) em uma única empresa exportadora que está sendo autuada, em Santa Catarina.
A operação Makaira faz parte de ação de combate à pesca ilegal, não reportada e não regulamentada, e faz parte do Plano Nacional Anual de Proteção Ambiental em cumprimento a acordos internacionais. A apreensão foi realizada após meses de investigação do IBAMA após operação conjunta com a ONG Sea Shepherd Brasil em fevereiro deste ano.
Outra empresa, que tentava exportar 1,1 tonelada, foi flagrada por equipe do Ibama no Aeroporto de Guarulhos. Segundo o órgão, essas apreensões de forma integrada representam a maior registrada no mundo. Esse quantitativo representa a morte estimada de 10 mil tubarões (4.400 Azuis e 5.600 Anequim). A pesca direcionada para tubarões não é permitida no Brasil.
As embarcações usavam licenças de captura de outras espécies de peixe e atuavam com índices acima de 80% da carga permitida. As barbatanas são consideradas iguarias de alto valor no mercado internacional, principalmente na Ásia.
Diversas irregularidades foram identificadas, como ausência de licença para a modalidade de pesca, captura direcionada para tubarões e pesca proibida com o uso de equipamentos em desacordo com a legislação. As embarcações também deixaram de utilizar medidas obrigatórias para evitar a captura e morte de aves marinhas, o que causou milhares de mortes de aves, sendo algumas de espécies consideradas ameaçadas de extinção.