Uma nuvem vinda do deserto do Saara está se aproximando do Brasil, segundo indicadores meteorológicos. A Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera dos Estados Unidos (NOAA) informou que utilizou sensores a bordo de dois satélites, que registraram um material particulado na atmosfera sobre o Oceano Atlântico, perto da costa do nordeste brasileiro, no domingo (6).
O recorrente fenômeno foi denominado como "nuvem de poeira Godzilla", por conta de sua dimensão. O vento massivo carregado de areia deve chegar a áreas continentais da América do Sul e do Caribe nos próximos dias, segundo projeções divulgadas pelo Serviço de Monitoramento Atmosférico Copernicus da União Europeia (UE).
Segundo o portal Uol, as nuvens de areia do Saara se deslocam através do Oceano Atlântico pelo lado da África, um fenômeno que, quase sempre, ocorre durante o período do fim da primavera ao início do outono no Hemisfério Norte. Se forem grandes o suficiente e o vento estiver a favor, a poeira pode viajar milhares de quilômetros.
Impactos climáticos temporários deverão ser causados por conta dessa viagem da massa de areia. O ar extremamente seco tende a inibir a formação de ciclones tropicais e até mesmo furacões, caso o clima de um determinado local atingido esteja quente e úmido.
Um estudo da Nasa mostra que a nuvem de poeira do Saara é benéfica para a floresta Amazônica. Os componentes entre as partículas de areia abastecem muitas espécies da flora local, e consequentemente, contribuem para melhores condições de vida da fauna.
Estima-se que a poeira levantada seja oriunda da Depressão de Bodélé, um antigo leito de lago localizado Chade, formado por minerais rochosos compostos de microorganismos mortos, mas repleto de fósforo. O levantamento aponta que 22 toneladas do elemento chegam à Amazônia todos os anos.