O vice-presidente Hamilton Mourão publicou nesta quarta-feira (14) o Plano Amazônia 2021/2022, sobre as metas de redução do desmatamento e o combate a outros ilícitos ambientais na região amazônica. O planejamento foi publicado no Diário Oficial da União (DOU). Em fevereiro, Mourão, que preside o Conselho Nacional da Amazônia Legal, já havia antecipado que o foco do plano seria intensificar a fiscalização em 11 municípios da região com as taxas mais altas de desmate.
O plano formaliza uma meta de redução do desmatamento e das queimadas ilegais aos níveis médios registrados entre 2016 e 2020 pelo Prodes, sistema do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A meta, contudo, foi alvo de críticas da rede Observatório do Clima, que a considerou baixa ante os índices recordes de desmatamento do ano passado. O plano traz as diretrizes para a continuidade do combate aos crimes ambientais após a retirada dos militares da região com o fim da Operação Verde Brasil 2, marcada para 30 de abril.
Mais cedo, em conversa com jornalistas ao chegar ao Palácio do Planalto, Mourão reconheceu a piora nos números do desmatamento em março.
— Tivemos um mês de março ruim, apesar do acumulado de agosto (de 2020) até agora estar com 19% de redução. E onde é que está acontecendo? Naqueles municípios selecionados, exatamente — disse. — Então, estamos pressionando para que o pessoal que está em campo seja mais efetivo na fiscalização — citou.
Segundo o vice-presidente, a contratação de agentes temporário para intensificar a fiscalização segue no radar, mas depende das negociações do Orçamento de 2021.
— Vou fazer uma reunião agora, quinta-feira (15), com os ministros que estão na linha de frente desse combate para ver os problemas que eles estão enfrentando, e tem essa questão de contratação, que, neste momento em que estamos vivendo, está complicado, mas vamos ter que arrumar uma solução para isso — afirmou.
Política ambiental
Próximo da realização da Cúpula dos Líderes sobre o Clima, na semana que vem, Mourão informou ter elaborado um documento que será encaminhado ao presidente Jair Bolsonaro sobre os principais pontos relacionados à política ambiental brasileira e à Amazônia. O evento é virtual, organizado pelo governo americano, e ocorrerá em 22 e 23 de abril. Além de Bolsonaro, outros 39 líderes mundiais foram convidados. Questionado, Mourão disse que não deve participar de nenhuma reunião prévia ao evento.
— Eu apenas fiz um documento com alguns pontos que nós consideramos importantes que estejam no discurso do presidente e estou encaminhando para ele — disse.
Mourão também negou que exista uma pressão do governo do presidente norte-americano, Joe Biden, quanto à política ambiental brasileira. Segundo ele, o governo brasileiro tem "mantido o diálogo aberto" com os EUA.