A Organização das Nações Unidas (ONU) informou estar verificando relatos de um recorde de 38°C registrado no Ártico, durante o fim de semana (20 e 21). O registro foi aceito provisoriamente pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), mas o processo de verificação levará tempo, de acordo com uma porta-voz da OMM, Clare Nullis.
Esse possível recorde foi identificado no sábado (21) na cidade russa de Verkhoiansk, na Sibéria, que passa por uma onda de calor que também causou incêndios. Essa região do leste da Sibéria é conhecida por suas temperaturas extremas, tanto no inverno quanto no verão, explicou Nullis durante uma conferência de imprensa em Genebra, na Suíça.
— Temperaturas acima de 30ºC em julho aqui não são incomuns, mas é evidente que 38ºC é excepcional — declarou, descrevendo como "preocupante uma massa vermelha" mostrada por imagens de satélite da região.
Segundo os Serviços Meteorológicos da Rússia (Rosguidromet), temperaturas acima de 31°C foram registradas na estação de Verkhoiansk desde 18 de junho, com um pico de 38°C em 20 de junho.
— É a temperatura mais alta nesta estação desde o início das medições — no final do século 19, assegurou Marina Makarova, da Rosguidromet.
Segundo a porta-voz da OMM, o aumento de temperatura observado no Ártico é um sinal do aquecimento global contínuo.
— As mudanças climáticas não param por causa da covid-19 — declarou.
O Ártico é uma das regiões do mundo que aquece em maior velocidade, duas vezes mais rápido do que a média mundial. A Sibéria, lar de grande parte do permafrost da Terra (camada de solo congelado), passou recentemente por um período de calor excepcional. Na última década, várias ondas de calor foram observadas em algumas partes do Ártico e em diferentes épocas do ano.