Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que o Rio Grande do Sul tem se destacado negativamente no ranking de Estados com maior número de queimadas. Foram registrado 1.144 casos de janeiro a maio de 2020. Em igual período do ano passado, eram 255 registros.
O aumento de quatro vezes coloca o Estado na frente do Mato Grosso do Sul, que teve 86% mais casos, e o Mato Grosso, que aumentou em 13% o número de queimadas.
A Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema) diz que monitora esses dados constantemente. Na avaliação da pasta, o aumento dos focos de incêndio neste período pode ser atribuído, principalmente, à estiagem registrada no Estado.
"Ressaltamos que, tanto na fiscalização quanto no combate às chamas, a Sema atua de forma conjunta com demais órgãos como Defesa Civil, Corpo de Bombeiros, Patrulha Ambiental da Brigada Militar e Polícia Civil", informa, em nota, a secretaria.
Um dos últimos casos registrados no Rio Grande do Sul diz respeito ao incêndio que atingiu a Área de Proteção Ambiental Banhado Grande, na região metropolitana de Porto Alegre. "Os focos se propagam nas camadas de húmus ou turfa, abaixo da superfície do solo, um fenômeno raro no país", aponta a Sema.
Mas antes mesmo da estiagem que atinge o Estado, os números já apontavam crescimento. Dados do Inpe mostraram que, em agosto de 2019, houve o segundo maior registro de focos para o mês desde o começo da série histórica, iniciada em 1998. Foram 1.647 casos detectados, abaixo apenas do observado em 2003 (2.728). A quantidade é ainda mais do que o dobro de agosto de 2018. Em junho e julho do ano passado, os casos também foram bem superiores aos mesmos meses do ano anterior.