Apesar dos grandes acumulados de chuva registrados entre quinta-feira (21) e sexta-feira (22) no Estado, o volume ainda não é suficiente para resolver a situação provocada pela estiagem. Das 25 bacias hidrográficas, 10 permanecem em alerta para a baixa disponibilidade hídrica — o que significa que há baixo volume para captação de água para abastecimento: Gravataí, Guaíba, Sinos, Caí, Baixo Jacuí, Alto Jacuí, Taquari-Antas, Camaquã, Apuaê-Inhandava e Uruguai. O monitoramento é feito pela Sala de Situação da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema).
Apesar disso, algumas regiões registraram grandes acumulados de chuva nas últimas horas. Na bacia do Ibicuí, o total ficou entre 80mm e 160mm. Os acumulados também foram altos nas bacias do Baixo Jacuí (86mm) e Alto Jacuí (80mm), e passaram de 50mm em outras regiões.
O normal para o mês de maio é de 80mm a 100mm na área leste e de 100mm a 140mm na área oeste. A média histórica é calculada pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) com base na observação dos últimos 30 anos.
Em razão dos volumes de chuva, as maiores elevações foram registradas em córregos e arroios. Entre os principais rios do Estado, o Ibirapuitã, em Alegrete, foi o que mais subiu: foram quatro metros nas últimas 24 horas.
A chuva, no entanto, não é suficiente para resolver os problemas decorrentes dos dias sem precipitação:
— Esta primeira chuva, depois de um longo período, é mais superficial, não causa tanta alteração no cenário. Como o solo está seco, a água infiltra mais rápido, então contribui mais para os lençóis freáticos. A estiagem é algo que demora para ser resolvido, não é de uma hora para outra. Mas é claro que ajuda um pouco a diminuir a chance de desabastecimento em algumas regiões — explica o hidrólogo Lucas Giacomelli, da Sala de Situação.
Há previsão de chuva para as próximas horas e também no sábado (23), o que deve causar elevação em todas as bacias ao longo do fim de semana.
— Para julho, devemos ter mais dias de chuva, e talvez algumas bacias saiam da condição de alerta. Precisaríamos de vários dias de chuva — diz Giacomelli.