Apesar da ausência do governo brasileiro no palco da cúpula do clima da ONU, que começa nesta segunda-feira (23) em Nova York (EUA), uma jovem brasileira deve discursar na abertura do evento.
Paloma Costa Oliveira, 27 anos, foi convidada pela ONU para compor a mesa de abertura junto ao secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, e à adolescente sueca Greta Thunberg, que criou as greves estudantis pelo clima.
Ambientalista e estudante de Direito da Universidade de Brasília, Paloma é coordenadora de clima da ONG Engajamundo, formada exclusivamente por jovens de até 29 anos e voltada à capacitação para o ativismo climático.
A jovem também é assessora do Instituto Socioambiental e cofundadora do projeto Ciclimáticos, que já percorreu mais de 500 quilômetros de bicicleta para registrar o impacto das mudanças climáticas em comunidades pelo interior do Brasil.
A ação inspiradora foi um dos critérios usados pela ONU para convidar ou vetar discursos na cúpula do clima. Segundo Guterres, apenas os planos mais ousados terão espaço no palco do evento.
Em carta, ele havia pedido aos países que chegassem "com planos, não com discursos" e usou a ambição em ampliar as metas climáticas do Acordo de Paris como chave para escolher os países oradores na cúpula. Além do Brasil, foram vetados os discursos de outros países como Estados Unidos, Japão e Austrália.
A cobrança do secretário-geral para antecipar a elevação das metas (cuja revisão é prevista pelo Acordo de Paris para o intervalo dos anos 2020 a 2023) acontece em meio a pressões naturais e sociais.
Além das queimadas na Amazônia e o aumento de eventos climáticos relacionados ao aquecimento global, como as ondas de calor na Europa, também tomam proporção internacional as greves estudantis pelo clima, puxadas por Greta Thunberg há menos de um ano.
Na última sexta-feira (20), a greve geral pelo clima tomou cidades de todo o mundo e levou multidões às ruas, com protagonismo de crianças e adolescentes, pedindo ação dos líderes mundiais para conter as mudanças climáticas.
*A jornalista viajou a convite da Anistia Internacional e do Instituto Clima e Sociedade (ICS).