Um filhote de boto foi avistado sem vida na manhã desta segunda-feira (17) em Laguna, em Santa Catarina. O que chamou a atenção dos pescadores é que a mãe dele não quer se afastar do corpo, o que os especialistas chamam de comportamento epimelético. Cada vez que alguém tenta se aproximar, a fêmea empurra o filhote, afastando-se, na tentativa de esconder o filhote. As informações são da colunista Lariane Cagnini, do NSC Total.
Segundo o biólogo e professor da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) Pedro Volkmer de Castilho, que coordena o Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), esse é o 15º animal encontrado morto neste ano na região, o nono da população residente de Laguna. Eles são da espécie Tursiops truncatus, também conhecidos como boto-pescador. No sábado de manhã (15), outro boto foi encontrado morto na Praia do Mar Grosso, também em Laguna.
Esse filhote era um dos seis nascimentos registrados no complexo lagunar neste ano, e a causa da morte só será confirmada após necropsia. O comportamento da mãe, de ficar ao lado do animal depois da morte, é uma espécie de luto que ocorre na espécie, explica o biólogo.
— O projeto de monitoramento de praias foi acionado sobre um boto boiando na área de travessia da Balsa de Laguna, a equipe foi até o local e depois de várias buscas encontrou mãe e filhote juntos. Toda vez que alguma embarcação se aproxima, ela empurra o filhote para o fundo e reaparece tempos depois em outro lugar — explica.
A equipe de biólogos tentaria uma nova aproximação na tarde desta segunda-feira (17), em parceria com a Polícia Militar Ambiental (PMA). Conforme a resposta comportamental da fêmea, mãe e filhote serão deixados sozinhos, sem a interferência dos especialistas.