O líder da inteligência americana alertou, nesta terça-feira (13), para os riscos das mudanças climáticas diante de uma comissão do Senado, contrariando o ceticismo do presidente Donald Trump e de outros membros de seu governo.
— Os impactos das tendências a longo prazo para um aquecimento climático, somados a poluição atmosférica, perda de biodiversidade e escassez de água devem potencializar descontentamentos econômicos e sociais até 2018 — disse Dan Coates, diretor da Inteligência Nacional.
— Os últimos 115 anos foram o período mais quente da história da civilização moderna, e os últimos anos foram os mais quentes já registrados — disse Coates em notas ao Comitê de Inteligência do Senado.
O diretor de inteligência não atribuiu diretamente o aquecimento global à atividade humana em seu relatório anual de Avaliação Mundial de Ameaças, mas ele apenas destacou os perigos das alterações climáticas.
— Eventos climáticos extremos em um mundo mais quente têm o potencial de gerar impactos maiores e podem se misturar com outros motores para ampliar o risco de desastres humanitários, conflitos, escassez de água e alimentos, movimentos migratórios, problemas de mão-de-obra, choques de preços e quedas de energia — afirmou.
— As respostas das políticas internas para essas questões vão se tornar mais difíceis – especialmente para as democracias –, à medida que os públicos se tornam menos confiantes nas fontes de informação oficiais — acrescentou.
Trump já ridicularizou o aquecimento global e retirou os Estados Unidos do Acordo de Paris.