Com o descarte irregular de resíduos agrícolas de pelo menos quatro fazendas no Rio Gravataí, o município da Região Metropolitana pode enfrentar problemas na distribuição de água nos próximos dias. Devido ao acúmulo de lodo na estação de tratamento da Corsan, equipem devem interromper o serviço para a realização de limpeza. No ano passado, um problema similar deixou 48 bairros sem água em Gravataí.
Uma fiscalização feita de helicóptero por equipes da Brigada Militar, da Fundação de Meio Ambiente de Gravataí e da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (FEPAM) na tarde desta quinta-feira (16), identificou pelo menos quatro fazendas que estão fazendo o descarte irregular de resíduos agrícolas no Rio Gravataí.
No dia 27 de outubro, o Ministério Público do Rio Grande do Sul ajuizou ação civil pública contra uma das empresas que, assim como no ano passado, é uma das responsáveis pela prática de crimes ambientais que atingem o abastecimento de água na Região Metropolitana.
— O Rio Gravataí abastece centenas de milhares de pessoas na Região Metropolitana. Diferente do Rio dos Sinos, o Rio Gravataí tem uma baixa vazão de água. No verão, há uma maior escassez de água no rio e uma demanda maior da população. A irresponsabilidade destas fazendas que descartam resíduos irregularmente atinge diretamente a população — explicou o promotor Eduardo Viegas.
Segundo a Corsan, desta vez, diferente do ano passado, o problema foi identificado antes de atingir a estação de tratamento. Porém, é possível que nos próximos dias equipes tenham que interromper a distribuição de água para realizar limpeza.
— Assim que percebemos o problema no fluxo da água, já acionamos a Fepam e o Ministério Público. A qualidade ainda não está comprometida. Mas se não solucionarmos o problema de descarte irregular destas fazendas, a situação pode se agravar — afirmou o gestor da Corsan de Gravataí, Ramos Volnei Modinger.
As fazendas responsáveis pelo descarte irregular de resíduos agrícolas vão responder nas esferas civil, penal e administrativa, inclusive com possibilidade de cassação de licenças para funcionamento, de acordo com o Ministério Público.