O acidente na noite deste domingo (20) na BR-376, em Guaratuba, no Paraná, que matou nove pessoas — oito integrantes de uma equipe de remo de Pelotas e o motorista da van em que eles estavam —, aconteceu a cerca de dois quilômetros de uma área de escape para veículos sem freio.
No trecho de serra, que faz a ligação entre Curitiba e Joinville, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF) paranaense, uma carreta – com placas de Rio Grande – teria perdido os freios e derrubado, em cima da van em que estava o grupo, um contêiner que carregava. Um terceiro veículo envolvido teria conseguido escapar. Com o impacto, o coletivo teria rodado e saído da pista, na altura do km 665 da rodovia.
O trecho, bastante sinuoso e íngreme, é marcado por grande quantidade de acidentes com veículos com problemas nos freios.
Em 1º de maio de 2023, um caminhão carregado com 12 mil litros de etanol perdeu os freios enquanto descia a Serra de Guaratuba e só não explodiu devido ao ingresso em área de escape da rodovia. O caso aconteceu no quilômetro 667,3, no sentido Curitiba-Joinville.
Na época, após perder os freios, o motorista do caminhão optou por utilizar o dispositivo de segurança. O veículo avançou 55 metros dentro da estrutura. Ninguém se feriu na ocasião. O local é como se fosse uma caixa de brita, igual à existente em pistas de automobilismo, mas com a função de forçar a parada do veículo em segurança.
Essa área de escape foi construída pela Arteris Litoral Sul, concessionária da rodovia, em 2019 – e até aquela data, segundo a empresa, já havia sido utilizada 135 vezes. Segundo a concessionária, 228 vidas foram salvas pelo dispositivo.
Na outra estrutura, no quilômetro 671,7 – construída em 2011 – foram pelo menos 300 entradas, com 430 vidas preservadas. Juntas, até maio de 2023, as áreas somavam 436 entradas com 658 vidas salvas, conforme a concessionária.