Nos cinco primeiros meses deste ano 652 pessoas morreram em acidentes de trânsito no Rio Grande do Sul. O número representa uma redução de 7,2% na comparação com o mesmo período do ano passado, quando 703 pessoas perderam a vida. Os dados são do levantamento realizado pelo Departamento de Trânsito do Rio Grande do Sul (Detran-RS) a pedido da reportagem de Zero Hora.
Conforme a análise, cerca de quatro pessoas morreram por dia em acidentes no Estado de janeiro a maio deste ano. Os dados apontam que março foi o mês mais violento onde 147 pessoas morreram. No ano passado, o período também foi o que mais registrou óbitos no ano.
Motociclistas são maioria entre as vítimas. Até maio, 179 perderam a vida e correspondem a 27% do total das mortes. Na sequência estão condutores de veículos, onde 168 perderam a vida e pedestres, que correspondem a 122 das vítimas.
Para a diretora institucional do Detran-RS, Diza Gonzaga, a redução é considerada pequena. Ela ainda aponta um possível retorno do cenário que era visto antes da pandemia de covid-19.
— A redução pode estar relacionada a enchente já que a circulação de veículos diminuiu. No entanto, o que notamos é o retorno do fluxo de trânsito que era visto antes da pandemia. A projeção é de que o número volte a aumentar até o final do ano e isso só pode ser mudado com fiscalização, educação e consciência — explica.
Em relação ao perfil das vítimas, os números apontam mortalidade maior para homens. De janeiro a maio deste ano, morreram 507 pessoas do sexo masculino contra 129 do sexo feminino. Outras 16 não tiveram o sexo detalhado nas informações. Já o levantamento conforme faixa etária demonstra que vítimas com idades entre 40 e 44 anos são maioria – 56 delas do sexo masculino. Em relação as mulheres, os óbitos ocorreram em maior quantidade para aquelas entre 65 e 74 anos.
— Isso é um padrão histórico. Podemos dizer que 91% dos acidentes com mortes ou lesões graves, são com homens na direção. Os dados apontam que mulheres são mais prudentes — afirma Gonzaga.
Os dados apontam que aconteceram 604 acidentes com morte. No ano passado, foram 20 a mais. Conforme o Detran, o número total de vítimas é maior do que o de acidentes fatais, pois são contabilizados os óbitos que ocorreram no local da ocorrência e aqueles confirmados até 30 dias depois. Além disso, em um sinistro podem ocorrer mais de uma morte.
O levantamento também identificou a natureza dos acidentes fatais ocorridos até maio de 2024. As colisões são maioria e somam 292 vítimas. Em todo ano passado, foram 405 ocorrências. Os dados apontam separadamente para os tipos, sendo colisão frontal a que mais registra sinistros. Na segunda colocação estão atropelamento, que contabilizam 113 das vítimas.