Em todo o ano passado, a Brigada Militar (BM) emitiu 9.929 autuações a motoristas alcoolizados no Rio Grande do Sul. Isso representa aumento de 17,4% em relação a 2022 e chega a quase 37% se comparado às ocorrências anotadas pela corporação em 2019. Nos últimos cinco anos, foram contabilizados 40,4 mil casos de embriaguez ao volante conforme a BM.
O levantamento foi realizado por GZH com base nos dados disponibilizados pela Secretaria da Segurança Pública do Estado (SSP-RS). A BM foi acionada para repercutir os resultados e informar detalhes sobre as autuações, mas não retornou até a publicação desta reportagem.
Apenas em janeiro deste ano, o número de motoristas alcoolizados flagrados pela Brigada Militar chegou a 915. A alta é de 19% em relação ao mesmo período do ano passado, quando 768 ocorrências foram registradas.
Os dados da SSP-RS revelam que é a primeira vez, desde 2015, que o mês de janeiro alcança uma marca tão elevada de casos envolvendo álcool e direção. Nove anos atrás, a Brigada Militar havia emitido 1.220 autos de infração.
Para a diretora institucional do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-RS), Diza Gonzaga, os números podem estar relacionados aos impactos da pandemia.
— Justamente por causa dessa ansiedade das pessoas, que ficaram um longo período "presas", sem poder visitar os amigos, confraternizar, enfim. Existem casos de pessoas que até começaram a beber nesse período — analisa.
Outro elemento que pode ajudar a explicar esse cenário é o reforço na fiscalização. Além da mobilização para mais intervenções, o uso de um novo modelo de etilômetro — que funciona por proximidade e realiza uma espécie de triagem — também estaria colaborando com a realização de mais abordagens. Quando não há vestígios de álcool, o motorista é liberado sem sair do carro. Em caso de pré-teste positivo, ele é convidado a fazer o exame no aparelho convencional.
Infração gravíssima
A embriaguez ao volante é considerada uma infração gravíssima e, de acordo com o Código de Trânsito Brasileiro, gera uma multa no valor de pouco mais de R$ 2,9 mil, além da suspensão da carteira de habilitação por um ano.