O condutor de uma caminhonete que, em 2012, se envolveu em acidente com três mortes e cinco feridos no Litoral Norte foi condenado pelo júri da 1ª Vara Criminal de Tramandaí nesta quinta-feira (26). Iberê Vargas Braga, hoje com 30 anos, aguardará o recurso da sentença de 12 anos de reclusão em liberdade, segundo o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS).
Em de março daquele ano, quando tinha 21 anos, ele conduzia uma caminhonete que colidiu com outro veículo na ponte entre Tramandaí e Imbé. Depois, o veículo bateu na mureta, atingindo pessoas que pescavam ou passeavam pelo trecho. A caminhonete caiu no rio. Braga conseguiu sair, mas o passageiro que estava com ele só foi encontrado quase duas semanas depois . O corpo de Edson Dullius Júnior, 19 anos, foi localizado em Jaguaruna, no litoral sul catarinense.
Duas outras vítimas morreram, pai e filho que pescavam no local: Euclides Capellari, 71 anos, e Gilmar Capellari, 44. O corpo de Gilmar foi localizado no dia seguinte na Lagoa do Armazém, dois quilômetros distante do acidente. Outras cinco pessoas ficaram feridas.
A pedido do Ministério Público, Braga foi condenado por homicídio doloso de duas vítimas - que estavam na ponte - e por homicídio culposo pela morte do amigo que estava na carona.
O promotor de Justiça André Tarouco lembra que algumas situações importantes permearam o julgamento, como o tempo decorrido entre os crimes e o júri - o autor dos crimes era um jovem.
— Isso poderia causar nos jurados uma falsa sensação de que a situação já estivesse resolvida, mas não aconteceu. Apesar de ter sido um julgamento muito difícil, cansativo, o resultado saiu dentro do esperado pelo Ministério Público, que foi atendido nos seus pedidos. Vamos avaliar um possível recurso para aumentar a pena aplicada. É importante ressaltar o engajamento das vítimas, que estiveram no julgamento mostrando que queriam Justiça — avaliou.
O advogado de defesa, Jader Marques, reafirmou depois da sentença a convicção na inocência do cliente. Durante o júri, ele mostrou uma simulação em 3D para defender a tese de que a caminhonete fora fechada por outro veículo antes de atingir as vítimas.
— Foi um julgamento bastante difícil, no qual o conselho de sentença admitiu o pedido da acusação e o pedido da defesa. Isso gerou uma sentença muito complexa que será analisada em todos os seus termos para a apresentação do competente recurso pela defesa. Confiança muito grande na possibilidade da reforma do que foi decidido pelo Tribunal do Júri — afirma o criminalista.