A fila de pessoas que aguardam pela prova prática para adquirir a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) aumentou em junho de 2021 no Rio Grande do Sul. Segundo o Detran gaúcho, 90.917 pessoas estão esperando pela avaliação —no início do mesmo mês eram 89 mil e, em março, 51 mil. O número atual representa uma espera de, em média, dois meses e meio.
A prova prática é a última etapa antes da primeira habilitação ou da adição de categorias na CNH. De acordo com o Detran, esse aumento é causado por uma força-tarefa realizada para diminuir o número de pessoas aguardando pela prova anterior, a teórica, problema agora considerado resolvido — o órgão aumentou em quatro vezes a oferta por provas desse tipo em comparação com o que era oferecido nos primeiros meses de 2020, com 44 mil vagas por semana.
A expectativa do diretor-geral adjunto do Detran, Marcelo Soletti, é de que serão necessários cerca de 60 dias para normalizar a fila do exame prático. Ele reconhece que o Detran oferece cerca de 45 mil provas por mês, número baixo para a demanda que acabou represada pelo período de suspensão das atividades nos momentos críticos da pandemia. O órgão tenta reforçar as equipes de avaliadores para conseguir reduzir a fila.
— Pretendemos diminuir (a espera) com mais horários ao final de semana, outras contratações emergenciais para poder, nos próximos meses, também não ter as pessoas aguardando — reconheceu.
Ainda segundo Soletti, o Detran já aumentou em cerca de 60% a oferta de provas práticas em comparação ao período de antes da pandemia.
Além da contratação emergencial e e mais horários aos finais de semana, o Detran deve aumentar disponibilização de hora extra aos examinadores, reforçando, também, o número de provas. Além disso, são feitas forças-tarefa nas regiões com maior demanda.
Motorista profissional esperou três meses
O motorista profissional Paulo Fernando da Luz Lemos, 47 anos, esperou três meses para conseguir fazer sua prova. No início de junho, ele disse a GZH que havia conseguido marcar o exame para 9 de junho, sendo que havia começado o curso em março. Ele conseguiu passar e, agora, já está habilitado a dirigir veículos de emergência.
— Eu ligava, ligava, e não liberavam. Fico feliz por ter passado, mas não precisava ter demorado tanto — complementou Paulo.
O tempo de espera para conseguir a CNH fez com que o motorista perdesse oportunidades de trabalho.