Obrigatória para veículos novos, transferências que tenham mudança de Estado ou município e em casos de avaria ou furto da placa antiga, as placas com o novo padrão Mercosul podem ser vistas em 15% da frota de automóveis gaúchos. De acordo com o Departamento Estadual de Trânsito (Detran-RS), 1,08 milhão de motos, carros, ônibus e caminhões circulam com a nova identificação, instituída no Rio Grande do Sul em 17 de dezembro de 2018. Em todo o Estado, há 6,97 milhões de veículos automotores registrados no órgão de trânsito.
A mudança chegou ao RS antes da maioria dos estados do país: apenas Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Paraíba, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e Rondônia acompanharam os gaúchos com a obrigatoriedade. As outras unidades da federação terão de adotar o sistema a partir de 31 de janeiro. O prazo atende ao estipulado na Resolução nº 780/2019 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), de julho de 2019, que determina que as unidades federativas do país devem utilizar o novo padrão de Placas de Identificação Veicular (PIV).
As placas do Mercosul foram anunciadas em 2014. Inicialmente, deveriam começar a ser instaladas em todo o Brasil em janeiro de 2016. Em razão de disputas judiciais, a implantação foi adiada para 2017. Depois, foi postergada mais uma vez para que os órgãos estaduais de trânsito pudessem se adaptar ao novo modelo e credenciar as fabricantes das placas. O modelo cinza é mantido em transferências de propriedade que permaneçam no município de origem.
Novo padrão
A nova placa apresenta o padrão com quatro letras e três números, o inverso do modelo atualmente adotado no país, com três letras e quatro números. Também muda a cor de fundo, que é totalmente branca. A mudança ocorre ainda na cor da fonte para diferenciar o tipo de veículo: preta para veículos de passeio, vermelha para veículos comerciais, azul para carros oficiais, verde para veículos em teste, dourado para os automóveis diplomáticos e prateado para os veículos de colecionadores.
Todas as placas têm um código de barras dinâmico do tipo Quick Response Code (QR Code), que contém números de série e acesso às informações do banco de dados do fabricante e estampador da placa. O objetivo é controlar a produção, logística, estampagem e instalação das placas nos respectivos veículos, além da verificação de autenticidade.
Valores variam até 350%
A reportagem de GaúchaZH consultou a lista de empresas cadastradas junto ao Detran, autorizadas para fabricar o dispositivo no RS. São 356 estampadores regularizados no órgão. Dez empresas foram consultadas e os valores variaram até 350%.
— Abriu um fabricante em uma cidade vizinha, e afetou o mercado. Todos cobravam R$ 250 e tiveram que baixar, porque o pessoal tava saindo daqui para emplacar. Hoje, cobramos R$ 140, mas sai até por R$ 130 pra não perder o cliente — afirma Thiago Fugolari Viana, gerente da Radar Placas, de Santa Rosa, na Região Noroeste.
O serviço mais barato, R$ 70, foi encontrado em Santa Vitória do Palmar, no Sul.
— O proprietário mesmo é quem fabrica e o prédio não é alugado. Nem funcionário ele tem, só eu que ajudo. Por isso é tão barato — explica Tuani Lucero, no balcão da Fábrica de Placas Mergulhão.
A atendente disse que o movimento na loja é o diferencial para o lucro: proprietários de veículos e despachantes dirigem quase três horas, de Pelotas a Santa Vitória do Palmar, para contratar o serviço, de acordo com a funcionária.
Locais consultados:
Município Valor
Alegrete - R$ 180
Bagé - R$ 240
Caxias do Sul - R$ 240
Erechim - R$ 180
Pelotas - R$ 240
Porto Alegre - R$ 230
Santa Rosa - R$ 140
Santa Vitória do Palmar - R$ 70
São Luiz Gonzaga - R$ 250
Torres - R$ 250
Taxas
As taxas variam conforme o tipo de veículo e o ano de fabricação.
Taxa de Expedição de CRV + CRLV: R$ 235,31 (veículos novos ou até 15 anos) - R$ 209,46 (veículos com mais de 15 anos)
A vistoria tem o mesmo valor, tanto para primeiro emplacamento, quanto para troca de município e troca por perda ou furto - R$ 58,33 (motos) - R$ 78,69 (veículos médios) - R$ 118,03 (veículos pesados).