Luís Carlos da Silva Marques, 63 anos, motorista que morreu ao colidir sua van com um ônibus na BR-386, em Tio Hugo, Norte do RS, teve sua casa incendiada na madrugada de domingo, horas antes do acidente que o matou.
Marques, que é sargento aposentado da Brigada Militar, residia em Capivari do Sul, no Litoral, e morreu a 328 quilômetros do seu lar.
O acidente que matou Marques aconteceu por volta 6h10min em Tio Hugo, próximo a Soledade. Após a batida frontal, o ônibus fretado, com placas de Quedas do Iguaçu (PR), caiu em um barranco na lateral da rodovia. A colisão deixou, além do motorista da van morto, 46 feridos, todos torcedores do Grêmio que iam para o Gre-Nal em Porto Alegre.
O incêndio da residência do motorista da van ocorreu na noite de sábado (2) e foi registrado em ocorrência policial na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) de Tramandaí, por PMs que atuam em Capivari do Sul e também pela ex-mulher de Marques.
Os PMs relataram que foram atender ao incêndio na residência de Marques, em Capivari do Sul. Lá encontraram uma Toyota Hilux pertencente ao policial reformado. No interior do veículo foram localizados vestígios de gasolina e vários galões do combustível vazios, além de um cheio. A caminhonete também tinha uma caixa de fósforos em seu interior. A casa foi completamente tomada pelo fogo.
Marques não foi mais visto após o incêndio. Contatada pelos PMs, a ex-esposa do sargento aposentado disse que o casal estava em processo de separação e que tinha sido ameaçada por ele, de tal forma que conseguiu, na Justiça, medidas protetivas que impediam o marido de se aproximar dela. Ela também afirmou que Marques tinha prometido colocar fogo na casa.
A suspeita dos policiais civis que investigam o caso é de que Marques colocou fogo na casa e depois saiu, sem rumo, com a van, um dos dois veículos dos quais era proprietário. Uma das possibilidades a ser checada é de que ele tenha causado o acidente com o ônibus de torcedores do Grêmio de forma proposital. Isso porque, além das informações sobre o incêndio causado por galões de gasolina encontrados em sua caminhonete, não havia problemas de clima ou visibilidade no local onde aconteceu a colisão. É uma reta e o dia já havia amanhecido.
— Ainda é cedo para conclusões. Temos de ver como ele foi parar a quase 400 quilômetros da sua casa e por que. Não está descartado que ele tenha dormido, após passar a noite em claro, batendo em consequência do sono — sintetiza, cauteloso, o delegado Paulo Perez, titular da DPPA de Tramandaí.
O caso deve ser investigado em conjunto por policiais do Litoral e do Norte do Estado a partir de segunda-feira.