Caso surgisse algum obstáculo na pista, o motorista flagrado a 166 km/h pela reportagem de GaúchaZH precisaria de 216 metros até parar totalmente o veículo. O cálculo foi feito pelo Doutor em Transporte e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) João Fortini Albano, a pedido de GaúchaZH.
O percurso considera um carro com manutenção em dia e pista seca. Em dias de chuva, o cenário pode ser ainda pior, com o motorista precisando de 262 metros até a parada total.
— Desde o momento em que ele observa a necessidade de frear, tem um tempo de reação que ele continua andando. Por 1,7 segundo ele tem um discernimento mental, pensar se vai frear, desviar. Ele começa a frear 1,7 segundo depois, mas já percorreu uma determinada distância — explica o professor.
Usando as mesmas variáveis, o professor ainda calculou a distância de parada para as velocidades máximas flagradas em cada uma das rodovias:
135 km/h nas BR-290, em Eldorado do Sul, e BR-448, em Canoas
Pista seca: 154,9m
Pista molhada: 185,3m
BR-116 em Guaíba
Pista seca: 151,3m
Pista molhada: 180,7m
Albano ainda faz um outro alerta importante, pois o cálculo considera uma frenagem normal. Na "travada", em que os pneus ficam marcados na pista, o motorista se expõe a um outro risco.
— Essa frenagem de arrasto, quase sempre o veículo sai fora da pista. Pode ver, as marcas chegam em determinado ponto e viram. Quando faz a frenagem de arrasto, tem uma inércia muito grande, qualquer movimento no volante faz o veículo fazer uma saída de pista ou capotagem — completa.