Quem circula pela Rodovia do Parque (BR-448) está acostumado a ouvir barulhos de trepidação do veículo ao longo de todo o trajeto. Devido à maneira com que a rodovia foi construída — às pressas e sobre um banhado —, o asfalto possui desníveis em boa parte dos seus 22 quilômetros de extensão, entre Porto Alegre e Sapucaia do Sul.
A CCR ViaSul, empresa que assumiu a concessão da estrada em fevereiro, projeta corrigir esses problemas até o mês de novembro. A concessionária afirma que já está trabalhando para eliminar os chamados "desplacamentos".
O trabalho foi intensificado em agosto, já que maio e junho foram meses chuvosos, o que prejudicou o serviço. Na manhã desta quinta-feira (29), a reportagem de GaúchaZH percorreu toda a extensão da Rodovia do Parque, nos dois sentidos.
Além dos desníveis, é possível identificar pequenos buracos e alguns pontos onde há ondulações na pista, principalmente entre Canoas e Esteio. Nesta última cidade, equipes faziam o conserto em um destes locais.
Nestes casos, os funcionários precisam cortar o asfalto, trabalho mais complexo e demorado do que o de recapeamento, por exemplo. A CCR afirma que verificou ondulações mais severas no km 4 (Esteio) e no km 12 (Canoas) e que os problemas em toda a rodovia devem estar corrigidos até fevereiro de 2020. O prazo é previsto em contrato, data em que completa-se um ano de concessão.
Apesar dos desníveis e ondulações, a rodovia, inaugurada em dezembro de 2013, não apresenta grandes buracos que atrapalhem a circulação. Em alguns pontos, é possível ver que houve manutenção recente.
Mesmo assim, condutores reclamam das condições da estrada. Além das irregularidades, o motorista de aplicativo Tiago José Pauli de Lima, 24 anos, aponta outros dois problemas: a falta de iluminação e de pontos para parada em caso de emergência.
— A estrada é ruim, tem buracos, má iluminação e perigo. É difícil chamar a emergência, o celular não tem sinal em vários pontos. Além disso, tem ondulações na pista e não há locais para parar, como SOS ou posto de combustíveis. Nada, nada — diz o jovem.
O caminhoneiro John Lenon de Almeida, 29 anos, também reclama da circulação à noite:
— Tem um declive muito forte e iluminação horrível à noite. Vejo gente trabalhando, mas esses problemas não foram corrigidos.
A BR-448 é, frequentemente, alvo da ação de criminosos, que furtam cabos, deixando a rodovia às escuras. A CCR afirma que, desde julho, 1,3 mil luminárias já foram substituídas.
Segundo a empresa, a segunda etapa consiste na recuperação dos pontos onde a rede de distribuição de energia foi prejudicada. O sistema de cabeamento está sendo adequado, e os trabalhos serão feitos, em alguns pontos, em parceria com as companhias de energia elétrica. A previsão é de que a iluminação seja recuperada até dezembro — contratualmente, o prazo se estende até fevereiro.
Sobre as emergências, a concessionária afirma que o serviço de atendimento ao usuário pode ser acionado desde 12 de agosto. As equipes, localizadas em pontos da freeway e da BR-386, levam os motoristas até um local seguro.
Assim como em outras rodovias, a concessão da BR-448 vai durar 30 anos. Na Rodovia do Parque, não estão previstas obras significativas — apenas manutenção e recuperação.