O Detran divulgou, nesta segunda-feira, o balanço da Operação Viagem Segura de Páscoa. Do primeiro minuto de quinta-feira até a meia-noite de domingo, 57,3 mil veículos foram fiscalizados nas ruas e rodovias do Rio Grande do Sul. A média diária de abordagens, no entanto, caiu significativamente em comparação com o feriadão do ano passado. Foram 22% menos fiscalizações.
Como em 2014 a Páscoa emendou com o feriado de Tiradentes, totalizando cinco dias de força-tarefa, foram fiscalizados 92 mil carros. Dividindo o total deste ano pelos quatro dias de feriado, chega-se a uma média de 14,3 mil abordagens por dia. Ano passado, foram 18,4 mil.
Caíram, ainda, o número de testes de bafômetro aplicados por dia (-6,25%) e as autuações por embriaguez (-28,6%). Por outro lado, aumentaram os índices de acidentes com vítimas fatais (+25%) e o número de mortos por dia (+61,7%). Veja os números completos abaixo:
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) e o Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM), responsáveis pelas rodovias federais e estaduais, respectivamente, concordam que não existe uma relação direta entre o número de abordagens e o de mortes. Para os órgãos, o que se deve analisar é o número de acidentes, que ficou relativamente estável. Enquanto o total de ocorrências por dia aumentou 6,4%, a média de acidentes com morte passou de três para quatro (+25%).
O chefe da Comunicação Social da PRF, Alessandro Castro, admite que houve redução na fiscalização, mas explica o porquê:
- Primeiro, porque tivemos uma redução significativa de efetivo. Segundo, que choveu o dia inteiro (no domingo), o que reduz a fiscalização, e, em terceiro lugar, que houve congestionamento na ida e na volta. E não foi qualquer congestionamento, foi o maior da história das Páscoas - salienta Castro.
Segundo ele, os agentes optaram por não contribuir com a ampliação da lentidão do tráfego, "parando" menos motoristas. No entanto, acrescenta, isso não prejudica a segurança do trânsito, pois a "PRF trabalha com a qualidade da amostragem e não por quantidade".
- O congestionamento contribui para o aumento no total de acidentes, pois facilita aqueles banais, como colisão traseira - observa o chefe de Comunicação da PRF.
Chefe de Operação e Treinamento do CRBM, o major Clodenilton Silva Bueno diz que o número de abordagens nas estradas estaduais reduziu "um pouco", mas que, em compensação, o índice de acidentes se manteve estável nas vias sob responsabilidade do Estado. Ele ressalta que o CRBM aumentou o número de testes do bafômetro e que, mesmo assim, houve queda nas autuações - o que demonstra maior conscientização dos motoristas.
Aumento de mortes e causas externas
O maior aumento se refere ao número de mortes nas estradas. Enquanto no ano passado a média foi de três óbitos por dia, em 2015, foi de 5,5 - quase o dobro, o que representa um aumento de 61,7%.
Vale ressaltar que este relatório do Detran leva em conta 22 mortes no feriadão. No entanto, diferentemente do levantamento dos veículos do Grupo RBS, que registrou 26 vítimas, a contagem do órgão estadual vai somente até a meia-noite de domingo (a da RBS até o meio-dia de segunda-feira) e não contabiliza as mortes ocorridas após o acidente, enquanto o Grupo acompanha os casos encaminhados ao hospital.
Os acidentes mais graves aconteceram em rodovias estaduais. Em Santa Rosa, na ERS-471, quatro jovens perderam a vida quando o carro em que estavam bateu em uma árvore, e, em Montenegro, na RSC-287, duas mulheres morreram em uma colisão (outras três vitimas morreram no hospital).
- A concentração de vítimas assusta num primeiro momento, mas é importante observar as circunstâncias dos dois acidentes, que tinham envolvimento de jovens ao volante, portanto com menos experiência, as condições do tempo eram ruins, porque choveu, e os carros podem ter aquaplanado, e o horário era de pouco fluxo. Ou seja, são fatores externos e dos quais pouco temos controle - afirma Bueno.
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