Pela primeira vez, uma caverna foi identificada na Lua. O local foi descoberto por um estudo da Universidade de Trento, na Itália, que ainda indica a possibilidade de levar a vida humana para viver no satélite futuramente, em analogia as primeiras sociedades da Terra, que viviam em cavernas.
Publicado nesta segunda-feira (15) na revista científica Nature Astronomy, o estudo revelou que a caverna tem aproximadamente cem metros de profundidade. Inédito, o trabalho confirmou uma antiga dúvida dos pesquisadores, que acreditavam que os "poços lunares" eram, na verdade, entradas para cavernas.
Conforme Lorenzo Bruzzone e Leonardo Carrer, responsáveis pelo estudo, a caverna possui uma abertura na superfície lunar, com paredes verticais e íngremes que seguem até solo inclinado. Ela foi formada há milhões ou bilhões de anos, pela lava que percorria a Lua, de acordo com matéria assinada pela BBC na Folha de S. Paulo.
Os pesquisadores relacionaram a descoberta com os princípios da vida humana na Terra, indicando a possibilidade de explorar a caverna como base para uma vida na Lua. O local seria similar as cavernas vulcânicas de Lanzarote, nas Ilhas Canárias, na Espanha.
— Afinal, a vida na Terra começou em cavernas, então faz sentido que os humanos possam viver dentro delas na Lua — disse Carrer em entrevista à BBC.
A abertura da caverna fica em uma região chamada de "mar da tranquilidade", próxima da área em que a Apollo 11 pousou pela primeira vez na Lua em 1969, que inicialmente acreditava-se ser apenas um poço lunar. Uma sonda manuseada pelos pesquisadores penetrou a abertura e explorou a caverna.
Novos radares, robôs e câmeras devem mapear o interior da caverna. A descoberta abre portas para estudos mais aprofundados do sistema solar e da própria Lua, a partir da análise de rochas internas que podem apresentar melhor estado de conservação.