O Google começou a limitar nesta quinta-feira (4) os cookies de terceiros para alguns usuários do navegador Chrome, o primeiro passo de uma decisão anunciada em 2020 para abandonar definitivamente os rastreadores — criticados pelo caráter intrusivo.
"Conforme plano anunciado anteriormente, o Chrome está limitando por padrão os cookies de terceiros para 1% de seus usuários, para facilitar os testes antes de aumentar a capacidade para 100% dos usuários, a partir do terceiro trimestre de 2024", indicou a gigante norte-americana em uma postagem em seu blog.
Os cookies, arquivos pequenos usados para rastrear a navegação dos usuários e oferecer anúncios personalizados, têm sido submetidos a uma regulamentação mais rigorosa, como o Regulamento Geral de Proteção de Dados (RGPD) da União Europeia em 2016, ou uma lei do mesmo âmbito na Califórnia.
No Brasil, desde 2020 a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) estabeleceu algumas regras para a proteção de informações pessoais na internet. Entre outras determinações, a LGPD estipula que páginas que exercem qualquer atividade comercial na internet precisam solicitar o consentimento do usuário para coletar informações sobre a sua navegação, além de deixarem claro de que forma pretendem utilizar os dados coletados — como, por exemplo, exibir anúncios com base nos interesses do indivíduo.
O termo "cookies de terceiros" é usado para indicar os cookies que vêm dos sites visitados e não do próprio navegador.
O Google destacou que a eliminação completa dos cookies de terceiros só será possível após passar pela aprovação da Autoridade de Concorrência e Mercados (CMA, na sigla em inglês) do Reino Unido em relação a possíveis problemas de concorrência.
Em janeiro de 2020, a empresa anunciou seu compromisso de abandonar os cookies de terceiros no prazo de dois anos. A implementação dessa reforma foi adiada várias vezes, antes de entrar em vigor no início de janeiro.
Nos últimos dois anos, o Google tem desenvolvido um sistema alternativo aos cookies, vinculado ao navegador e não aos sites visitados. Em vez de direcionar os usuários individualmente, os anunciantes irão focar em segmentos de audiência - chamados "FLoC" -, que incluem centenas ou milhares de pessoas.
* AFP