Seria um sinal de vida fora da Terra? Pesquisadores da Universidade de Utah, no Estados Unidos, descobriram vestígios de partículas de um raio cósmico extremamente raro e carregado de energia. De acordo com informações da CNN, os cientistas acreditam que o fenômeno tem origem fora da Via Lactea, galáxia onde a Terra está situada.
Em pesquisa publicada nesta quinta-feira (23), na revista Sciencia, os cientistas espaciais revelaram que a energia da partícula subatômica equivale a deixar um tijolo cair da altura da cintura e atingir o pé. O novo raio cósmico teria propriedades energéticas similares — e que podem superar — as da partícula Oh My Good, descoberta em 1991, e que possui a maior carga enérgica já observada até os dias de hoje.
Constantemente, a Terra é atingida por chuvas de raios cósmicos, em sua maioria de baixa energia e oriundas do Sol. No entanto, como no caso desta descoberta recentemente, os raios de energia elevada são um mistério e não se sabe ao certo sua origem.
— Se você estender a mão, um (raio cósmico) passa pela palma da sua mão a cada segundo, mas essas são coisas de baixa energia. Quando se trata desses raios cósmicos de alta energia, é mais como um por quilômetro quadrado por século. Nunca vai passar pela sua mão — disse o coautor do estudo John Matthews, professor pesquisador da Universidade de Utah.
Descoberta
Apelidada de Amaterasu, em homenagem à deusa do Sol na mitologia japonesa, a partícula foi detectada por um observatório no deserto de Utah. O Telecope Away, equipamento que registrou o fenômeno, detectou 30 raios cósmicos de ultra-energia, no entanto nenhum maior do que a Amaterasu.
Conforme publicado nesta quinta-feira, a chuva de raios cósmico aconteceu no dia 27 de maio de 2021, na atmosfera terrestre. Partículas secundárias chegaram ao solo e permitiram o estudo.
Até o momento, os pesquisadores estimam que a partícula tenha 244 exa-elétrons, 76 a menos que a Oh My Good. A energia de 1 exa-elétron equivale a 1 bilhão de gigaelétron-volts, ou seja, 40 mil elétron-volts, conforme a Agência Espacial Norte-Americana (Nasa).
Para se ter ideia, um raio cósmico como este carrega dezenas de milhões de vezes mais energia do que qualquer acelerador de partículas já criado pelo homem. Estas partículas podem causar danos ao DNA humano, mas em sua maioria, estes efeitos são bloqueados pela atmosfera.