Com o apoio da Agência Espacial do Reino Unido, a Universidade de Bangor, no País de Gales, está desenvolvendo um combustível nuclear para abastecer futuras bases espaciais na Lua. A novidade poderá permitir a presença permanente do homem no satélite natural. As informações são do site Olhar Digital.
Os reatores nucleares em desenvolvimento são diferentes dos convencionais, atualmente usados na Terra, que dependem de barras de combustível. Menores, eles utilizariam o que é chamado de combustível de partículas ISOtrópico estrutural (TRISO).
Criadas por impressão 3D, essas partículas de combustível são feitas de urânio enriquecido, carbono e oxigênio, com um núcleo de urânio selado dentro de camadas de carbono e cerâmica. Essas partículas são extremamente fortes e lidam com temperaturas muito altas, elas também são resistentes a danos causados por irradiação de nêutrons, corrosão e oxidação.
Simon Middleburgh, professor e codiretor do Nuclear Futures Institute, da Universidade de Bangor, explicou o motivo para explorar o combustível nuclear missões espaciais:
— Na Lua e em corpos planetários que têm dia e noite, não podemos mais depender do Sol para energia e, portanto, devemos projetar sistemas como o pequeno microrreator para sustentar a vida. A energia nuclear é a única forma que temos atualmente de fornecer energia para essa duração das viagens espaciais. O combustível deve ser extremamente robusto e sobreviver às forças de lançamento e, em seguida, ser confiável por muitos anos.
Corrida espacial
Há uma corrida espacial em andamento. Recentemente, a Índia conseguiu pousar no polo sul Lua. Outras nações estão trabalhando para manter contingente humano no local. Atualmente isso não é possível, pois na noite lunar de 14 dias, a temperatura pode chegar aos -130°C.
Daí a importância do desenvolvimento da Universidade de Bangor. Com a existência de um combustível lunar, o frio congelante e a escuridão não impediriam a operacionalidade de bases no local e proporcionariam a permanência a longo prazo de humanos na lua.