Sam Altman, diretor-executivo da OpenAI, criadora do programa ChatGPT, disse, nesta terça-feira (16), a um painel do Senado dos Estados Unidos que regular a inteligência artificial (IA) é "crucial" para limitar os riscos do uso dessa tecnologia.
Altman, personalidade mais recente surgida no Vale do Silício, pediu que o Congresso imponha novas regras às grandes empresas de tecnologia, apesar das profundas divisões políticas que têm bloqueado durante anos a legislação destinada a regulamentar a internet.
— Acreditamos que a intervenção regulatória dos governos será crucial para mitigar os riscos de modelos cada vez mais potentes — avaliou o empresário de 38 anos.
O lançamento do ChatGPT, em novembro de 2022, aumentou o interesse do público, e também das empresas, na chamada IA generativa, ou seja, aquela capaz de criar conteúdo, textos, imagens, sons e vídeos.
— É fundamental que a IA mais potente se desenvolva com valores democráticos, o que significa que a liderança dos Estados Unidos é determinante — afirmou, ao testemunhar sobre o impacto da IA perante um subcomitê judicial do Senado.
A IA generativa desperta paixões e muitas pessoas se preocupam com seu impacto potencial em muitas profissões, com possíveis cortes maciços de empregos, e fundamentalmente no conjunto da sociedade.
— A OpenAI foi fundada com a crença de que a inteligência artificial tem o potencial de melhorar quase todos os aspectos das nossas vidas, mas também cria sérios riscos — admitiu Altman.
O diretor-executivo reconheceu que "um dos meus maiores medos" é que esta tecnologia cause "um dano significativo à sociedade" e salientou que, se for pelo caminho errado, "pode ir muito longe".
— Queremos trabalhar com o governo para evitar que isto ocorra — completou.
O empresário lembrou que, embora a OpenAI, companhia que criou o ChatGPT, seja uma instituição privada, é controlada por uma organização sem fins lucrativos, o que a obriga a "trabalhar para uma distribuição ampla dos benefícios da IA e maximizar a segurança dos sistemas baseados em IA".
Altman tem expressado regularmente seu apoio ao estabelecimento de um marco regulatório para a IA, preferencialmente em nível internacional.
— Sei que parece ingênuo propor algo assim, parece muito difícil de se conseguir, mas há precedentes — assegurou, dando como exemplo a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).