Um evento raro, visto pela última vez nos céus em 2013, na África Central, voltará a ocorrer entre a noite desta quarta-feira (19) e a madrugada de quinta-feira (20): o eclipse solar híbrido, que é aquele que pode ser visto como total em alguns pontos e anelar em outros. Os astrônomos preveem que depois dessa passagem, o próximo fenômeno desse tipo, só ocorrerá em 2031.
Segundo informações da Agência Espacial Norte-Americana (Nasa), o eclipse solar híbrido não poderá ser acompanhado do Brasil, já que só estará visível de forma integral no Pacífico Sul, que abrange países como Indonésia, Papua Nova-Guiné e parte da Austrália. Já em regiões do sudeste asiático, na Malásia, Filipinas, Nova Zelândia e Micronésia, a visibilidade será parcial.
Pelo fato de ocorrer, em média, uma vez a cada década, a chegada desse fenômeno é bastante esperada pelos amantes de astronomia e estudiosos da área. Quem não mora nas regiões onde haverá visibilidade do evento, poderá acompanhá-lo em transmissões virtuais no YouTube, que ocorrerão em canais como Time And Date e Gravity Discovery Centre & Observatory.
Tudo que você precisa saber para acompanhar o fenômeno astronômico
- Data de início: quarta-feira (19) às 22h36 (horário de Brasília).
- Data de término: quinta-feira (20) às 3h59.
- Onde será visível de forma integral: Indonésia, Papua Nova-Guiné e em partes da Austrália.
- Onde será visível de forma parcial: Malásia, Filipinas, Nova Zelândia, Micronésia, partes da Austrália e regiões do sudeste asiático.
- Como acompanhar pela internet: canais do YouTube Time And Date e Gravity Discovery Centre & Observatory
O que é eclipse solar?
O professor do departamento de Física da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Rogemar André Riffel, esclarece que para a astronomia o termo "eclipse" se refere ao fenômeno astronômico em que um corpo celeste passa pela sombra do outro. Os mais conhecidos são o eclipse solar e o lunar.
— Um eclipse solar ocorre quando a Lua se coloca entre o Sol e a Terra, de forma que sua sombra fica projetada na Terra — exemplificou o professor.
Riffel ainda enfatiza que como o Sol é um corpo celeste extenso, de 1.392.700 quilômetros, durante o eclipse solar, nem toda luz dele é bloqueada pela Lua, o que gera uma região sombreada e outra luminosa.
— A região da Terra que não recebe nenhuma luz solar é chamada de umbra. Já a região que recebe luz de alguns pontos do Sol é chamada de penumbra — explicou o docente.
Qual a definição de eclipse solar híbrido?
Na astronomia, os eclipses solares são basicamente divididos em quatro tipos: total, parcial, anular e híbrido. A diferença entre eles está na quantidade de luz solar que é bloqueada durante o alinhamento ocorrido entre Sol, Lua e Terra.
— Em um eclipse solar total, a Lua encobre toda a luz do Sol. Num eclipse solar parcial, a Lua encobre somente parte da luz do Sol. Já em um eclipse anular, a Lua encobre a o centro do Sol, ficando visível somente o anel externo — esclareceu Riffel.
No eclipse solar anular ocorre um distanciamento maior entre e a Lua e a Terra e, por causa disso, há o bloqueio parcial da luz solar e a formação no céu do que parece ser um desenho de um "anel de fogo".
Ainda há o eclipse solar híbrido, que diz respeito ao fenômeno que será visto desta madrugada. Ele reúne características de um eclipse solar total e de um anular.
— O "eclipse híbrido" é um eclipse que se parece total ou anular, dependendo da posição do observador na Terra em relação ao caminho do eclipse — lembra o físico.