Pesquisadores da Curtin University, universidade pública australiana, analisaram três minúsculas partículas de poeira coletadas da superfície do antigo asteroide Itokawa. Os resultados do estudo, que foi publicado na segunda-feira (23) na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), mostraram que o Itokawa é difícil de ser destruído e resistente a colisões. Com as novas informações, será possível montar estratégias de defesa planetária caso algum corpo celeste como ele se aproxime ou ameace a Terra.
O asteroide analisado fica a 2 milhões de quilômetros do nosso planeta e tem aproximadamente 500 metros de comprimento. Os fragmentos do Itokawa foram trazidos à Terra pela sonda Hayabusa 1, lançada em 2003 pela Agência Japonesa de Exploração Espacial (Jaxa, na sigla em inglês) para investigar asteroides.
O principal autor da pesquisa, professor Fred Jourdan, da Escola de Ciências da Terra e Planetárias em Curtin, afirma que o corpo celeste é quase tão antigo quanto o sistema solar.
— Ao contrário dos asteroides monolíticos, Itokawa não é um único pedaço de rocha, mas pertence à família das pilhas de fragmentados agregados, o que significa que é inteiramente feito de pedras e rochas soltas. O impacto que destruiu o asteroide monolítico e formou Itokawa aconteceu há pelo menos 4,2 bilhões de anos — explica Jourdan.
Segundo ele, é uma durabilidade surpreendente para um asteroide. Isso significa que o Itokawa é difícil de ser destruído e é resistente a colisões. O professor e coautor da pesquisa, Nick Timms, também da Escola de Ciências da Terra e Planetárias de Curtin, conta que a durabilidade desses asteroides, que são formados por pilhas de fragmentos ou escombros, era desconhecida até então.
— Nós nos propusemos a responder se esses tipos de asteroides são resistentes a colisões ou se eles se fragmentam ao menor choque. Agora que descobrimos que eles podem sobreviver no sistema solar por todo esse tempo, eles devem ser mais abundantes do que se pensava anteriormente, então há mais chances de que, se um grande asteroide estiver vindo em direção à Terra, seja uma pilha de entulhos — acrescenta Timms.
Para os pesquisadores, a falta desses dados comprometia a capacidade de projetar estratégias de defesa caso um asteroide como esse se aproximasse da Terra. Agora, é possível utilizar as informações descobertas nesse estudo, como a durabilidade desses corpos celestes, a favor da proteção do nosso planeta.