Um grupo de paleontólogos desenterrou recentemente em Queensland, na Austrália, o fóssil de um réptil marinho com 100 milhões de anos. Os restos mortais pertencem a um elasmossauro, animal pré-histórico que faz parte da ordem dos plessiossauros. As informações são da BBC.
Segundo a equipe envolvida na descoberta, essa é a primeira vez que um crânio completo de elasmossauro é encontrado conectado ao restante do corpo. No local, também foram identificados o que seriam o pescoço e a metade frontal do corpo. Com isso, os pesquisadores conseguirão obter mais informações sobre a anatomia, as características físicas e o modo de vida dessa criatura pré-histórica.
Em entrevista à BBC, o curador sênior do Museu de Queensland disse que, após analisar os fósseis descobertos, acredita que o réptil possa ter sido mordido por um cronossauro, o maior predador da época, que tinha 10 metros e pesava 11 toneladas.
A expectativa dos paleontólogos é de que possam encontrar mais fósseis de outras espécies marinhas antigas no mesmo local. A equipe pretende realizar novas escavações em Queensland.
A criatura marinha pré-histórica
O nome elasmossauro deriva do grego e significa "lagarto de placas finas". Os pesquisadores definem esse réptil como um plessiossauro que viveu até o fim do período Cretáceo.
A maior parte dos elasmossauros vivia no Mar Interior Ocidental, onde hoje se localiza a América do Norte. No entanto, essa espécie também já foi avistada em regiões que atualmente constituem a Inglaterra e a Austrália.
Esse réptil marinho tinha cerca de 14 metros de comprimento, dos quais metade correspondia ao pescoço. Seu corpo extremamente longo era composto por 72 vértebras. Estima-se que seu peso poderia chegar a 3 toneladas.
Devido ao peso e à musculatura limitada, o pescoço do elasmossauro não poderia ser facilmente dobrado, o que limitava suas movimentações. Na verdade, essa parte do seu corpo funcionava mais como um leme, para guiar a direção em que o animal se movia.
O animal pré-histórico era carnívoro e se alimentava de cardumes de peixes e invertebrados marinhos. Para agarrar suas presas, contava com dentes pontudos, que poderiam se projetar para fora da boca.
Os primeiros registros de descoberta de fósseis de elasmossauro datam de 1868. Naquele ano, o paleontólogo norte-americano Edward Drinker Cope tentou fazer a primeira reconstituição da criatura a partir dos fósseis localizados, mas cometeu um equívoco ao colocar o crânio no lugar do que seria a ponta da cauda. Anos depois, o pesquisador Joseph Leidy corrigiu o equívoco.
Para fins de classificação e pesquisa, os paleontólogos consideram que os elasmossauros não são dinossauros, mas se enquadram como ictiossauros, ou seja, uma ordem de répteis marinhos extintos que surgiram no Triássico Superior (entre 237 milhões e 201 milhões de anos) e que se extinguiram um pouco antes do desaparecimento dos dinossauros, no início do Cretáceo Superior (período compreendido entre 100 milhões e 66 milhões de anos).
Atualmente, sabe-se da existência de mais de cem espécies de plessiossauro, sendo o elasmossauro apenas uma delas. Alguns animais dessa ordem tinham pescoços longos e cabeças pequenas, já outros, pescoços curtos e cabeças gigantes.