A Agência Espacial Norte-americana (Nasa) confirmou que a missão Dart (sigla em inglês para Teste de Redirecionamento de Duplo Asteroide) conseguiu mudar a órbita do asteroide Dimorphos após o impacto proposital com a espaçonave. Esta é a primeira vez que o movimento de um objeto celeste tem sua rota alterada por uma intervenção humana.
Segundo o administrador da Nasa, Bill Nelson, a agência tem responsabilidade em proteger a Terra, afinal, "é o único (planeta) que temos":
— Esta missão mostra que nós, da Nasa, estamos nos prontificarmos para o que quer que o universo nos remeta. Provamos que somos sérios como defensores do planeta. Este é um momento decisivo para a defesa planetária e toda a humanidade, demonstrando o compromisso da equipe excepcional da Agência Espacial e parceiros de todo o mundo.
O resultado é um grande passo para os especialistas compreenderem melhor o efeito da colisão do Dart com seu asteroide alvo.
— À medida que novos dados chegam a cada dia, os astrônomos poderão avaliar melhor se, e como, uma missão como a Dart pode ser usada no futuro para ajudar a proteger a Terra de uma colisão com um asteroide, se descobrirmos um vindo em nossa direção — disse Lori Glaze, diretora da Divisão de Ciência Planetária da Nasa na sede da agência em Washington, nos Estados Unidos.
A nave em questão viajou a cerca de seis km/s em direção ao alvo, que na verdade, se trata de um par de asteroides: um grande, Didymos (de 780 metros de diâmetro) e seu satélite, Dimorphos (de 160 metros de diâmetro), em órbita em volta do primeiro. Uma distância de cerca de um quilômetro separa os dois.
A tecnologia, denominada LICIACube, foi enviada ao espaço para capturar imagens do ocorrido e auxiliou a mensurar de forma mais precisa o impacto da missão e resultados posteriores.
O foco da missão agora está em medir a eficiência do impulso da colisão do Dart com seu alvo, que foi de cerca de 22,5 mil km/h.