O pico da chuva de meteoros Oriônidas começa entre a noite desta sexta-feira (21) e a madrugada de sábado (22), mas também seguirá entre a noite de sábado e madrugada de domingo (23). Durante esse fenômeno, que se manterá forte no início da próxima semana, poderão ser vistos no céu de todo o mundo fragmentos do famoso cometa Halley, cuja passagem mais recente perto da Terra foi em 1986.
Segundo Carlos Jung, do Observatório Espacial Heller & Jung, para que os observadores consigam ver o pico da chuva de meteoros, deverão olhar na direção nordeste e a leste, onde nasce o Sol. O fenômeno poderá ser visto a olho nu e, durante a madrugada, o evento será mais intenso.
O cometa Halley
Esse cometa possui uma órbita que completa uma volta em torno do Sol em um período estimado de 74 a 76 anos. A última vez que o Halley passou pela Terra foi em 1986.
De acordo com Carlos Jung, o Halley é o único cometa de curto período regularmente visível a olho nu que aparece somente duas vezes durante uma única geração humana. Em outras palavras, uma mesma pessoa poderá avistá-lo, no máximo, duas vezes.
Apesar da baixa frequência com que esse corpo celeste passa pelo nosso planeta, é possível avistar seus fragmentos em alguns períodos do ano, quando são trazidos por outros cometas que colidem com o Halley, como ocorre com o fenômeno que resultará na chuva de meteoros Oriônidas.
Durante o pico da chuva Oriônidas será possível avistar uma grande quantidade de fragmentos do Halley. Já o corpo celeste completo só passará novamente próximo da Terra em 2061.
Um estudo publicado em 2010 na revista científica New Scientist indica que a primeira aparição do cometa Halley que se tem registro compreende o período de 446 a.C a 448 a.C, quando gregos o avistaram. Naquela época, o corpo celeste foi visto no norte da Grécia e foi descrito como um meteorito do tamanho de um vagão.
O nome do cometa tem relação com o astrônomo britânico Edmond Halley, que foi o primeiro a concluir, em 1705, a periodicidade das passagens do corpo celeste.
O Halley é constituído basicamente de gelo e destroços, que estão cobertos por uma poeira escura e são unidos pela gravidade. Toda vez que o cometa se aproxima do Sol, a cobertura de gelo derrete e é criada uma atmosfera que se estende por até 100 mil quilômetros. O vento solar transforma essa estrutura na cauda do cometa, que pode ser vista da Terra durante suas passagens raras.