A partida do Sistema de Lançamento Espacial (SLS) com a espaçonave Orion, com destino à Lua, está prevista para este sábado, dia 3 de setembro, do Centro Espacial Kennedy, na Flórida, nos Estados Unidos. A janela de duas horas para o lançamento começa às 15h17min (pelo horário de Brasília).
Esta será a segunda tentativa de lançamento da Artemis 1, a primeira parte da missão que pretende levar o homem novamente ao satélite da Terra. A primeira tentativa ocorreu no dia 29 de agosto, mas o lançamento foi cancelado porque o teste para conseguir que um dos quatro motores RS-25 do foguete alcançasse a temperatura adequada para a decolagem - 251 graus Celcius negativos - não teve êxito. A seguir, veja como será o trajeto desta viagem.
A Orion permanecerá no espaço pelo maior tempo que uma nave sem humanos já ficou até agora sem atracar em uma estação espacial: 42 dias, 3 horas e 20 minutos. Quando retornar para a Terra, estará mais quente e mais rápida, por isso, a missão ajudará em ajustes técnicos para a próxima viagem.
Partida
O foguete vai atingir o período de maior força atmosférica em 90 segundos. Ao longo da viagem, é normal ver a separação de módulos, que nada mais é do que o descarte de propulsores, painéis e dos motores do estágio principal que, desligados, se separam da nave. A primeira separação deve acontecer cerca duas horas após o lançamento.
Ainda na órbita terrestre, alguns ajustes são necessários para dar um "grande impulso" para que a Orion consiga continuar o trajeto.
Durante a viagem
Para que a Orion alcance a velocidade necessária, contará com módulo de serviço oferecido pela Agência Espacial Européia (ESA), que fornecerá o principal sistema de propulsão e energia da espaçonave.
Para falar com o controle da missão em Houston, a Orion mudará do sistema de satélites de rastreamento e retransmissão de dados da Nasa e se comunicará através da Deep Space Network.
A viagem de ida à Lua levará vários dias, e durante esse período os engenheiros avaliarão os sistemas da espaçonave e, conforme necessário, corrigirão sua trajetória. Orion voará cerca de 62 milhas (100 km) acima da superfície lunar e, em seguida, usará a força gravitacional da Lua para impulsionar a Orion em uma nova órbita, a cerca de 70 mil quilômetros da Lua.
A espaçonave permanecerá nessa órbita por aproximadamente seis dias para coletar dados e permitir que os controladores da missão avaliem o desempenho da espaçonave.
Retorno
Para voltar para casa, a nave precisará de outro grande impulso do módulo oferecido pela ESA somado com a gravidade da Lua. Essa manobra colocará a espaçonave em sua trajetória de volta à Terra. Para entrar na atmosfera do nosso planeta, estará viajando a uma velocidade de 11 quilômetros por segundo, produzindo temperaturas de aproximadamente 2.760ºC - mais rápido e mais quente do que a Orion já experimentou durante o voo de teste.
Após cerca de quatro a seis semanas e uma distância total percorrida superior a 1,3 milhão de milhas (equivale a mais de 2 milhões de quilômetros), a missão terminará com um teste da capacidade da Orion de retornar com segurança. A espaçonave fará o pouso, chamado de amerissagem, no oceano, na Califórnia. Após a queda, o Orion permanecerá energizado por um período de tempo enquanto mergulhadores da Marinha dos Estados Unidos e equipes de operações dos Sistemas de Exploração Terrestre da Nasa se aproximam em pequenos barcos de um navio de recuperação que estará esperando. Os mergulhadores inspecionarão brevemente a espaçonave em busca de perigos e conectarão cabos de reboque, para então os engenheiros rebocarem a cápsula no convés do navio e levar de novo para as dependências da Nasa.