A Agência Espacial Europeia (ESA) divulgou nas redes sociais nesta segunda-feira (29) duas novas imagens da galáxia Messier 74 (M74), também conhecida como NGC 628 ou "galáxia fantasma". O corpo celeste está localizado a 32 milhões de Anos-luz da Terra.
Uma das imagens obtidas foi produzida apenas com os instrumentos do James Webb, enquanto a outra é baseada em uma composição de dados dele e do seu antecessor, o telescópio espacial Hubble. Nos registros, é possível perceber a galáxia com seus elementos posicionados de forma perfeitamente simétrica.
Em julho, o astrônomo Gabriel Brammer, da Universidade de Copenhague, na Dinamarca, já havia divulgado uma imagem da Messier 74 obtida por meio da composição de diversos dados do James Webb. No entanto, se comparada às novas imagens recém-divulgadas pela ESA, a foto antiga conta com menor qualidade e menos riqueza de detalhes.
A NGC 628 é estudada há alguns anos por astrônomos devido às suas peculiaridades, como sua simetria que garante o perfeito alinhamento dos "braços" em formatos espirais. A partir dos novos registros foi possível perceber detalhes como filamentos de gases e poeira que se estendem para fora da galáxia.
Como o James Webb captura imagens em infravermelho, que são imperceptíveis ao olho humano, os dados são posteriormente tratados por especialistas e convertidos para padrões RGB. Além disso, as cores observadas tanto no primeiro registro divulgado quanto nos novos não são reais, mas obtidas com uso de filtros e tecnologias que realçam determinados elementos.
Os astrônomos da ESA estão comparando as novas imagens com uma que foi obtida em 1998 e contou somente com o suporte do Hubble, que opera com luz visível. A antiga imagem dá um destaque maior para as estrelas, enquanto nos novos registros são enfatizados os gases e a poeira cósmica.
As imagens da Messier 74 obtidas com o James Webb não sãos as primeiras registradas em infravermelho. O telescópio Spitzer, aposentado em janeiro do ano passado, também operava nesse padrão de luz, no entanto, os registros obtidos não contavam com tamanha qualidade e riqueza de detalhes.
Veja o post da ESA no Twitter:
Registros do passado
Os pesquisadores da ESA já enfatizaram que as imagens produzidas por quaisquer telescópios e instrumentos espaciais fazem um registro de como os corpos celestes eram no passado e não de como estão no presente. Isso se deve ao fato de que, por exemplo, a luz do Sol, que está a 150 milhões de quilômetros da Terra, demora oito minutos para chegar até um observador terrestre. No caso de estrelas que estão mais distantes, a imagem pode levar muitos anos até chegar ao planeta.
A estrela mais próxima do Sistema Solar é a Proxima Centauri, localizada a 4,2 milhões de Anos-luz da Terra. Por conta dessa distância, imagens registradas dela dizem respeito a como ela era há bilhões de anos.