Jim Free, representante da Agência Espacial Norte-Americana (Nasa), anunciou na quarta-feira (20) que a Artemis 1, primeira missão não tripulada do programa americano de retorno à Lua, deverá ser lançada em uma das seguintes datas: 29 de agosto, 2 de setembro ou 5 de setembro.
Artemis 1 é o primeiro teste integrado de todas as tecnologias desenvolvidas pela Nasa e outras empresas espaciais: a espaçonave Orion, o foguete Space Launch System (SLS) e os sistemas terrestres do Kennedy Space Center, na Flórida. O objetivo da missão – que deve ser o primeiro de uma série de voos – é estabelecer uma presença sustentada e utilizar as experiências obtidas para planejar uma viagem espacial a Marte, programada para 2030.
A equipe da Nasa está com expectativa alta com relação à missão espacial. Os últimos testes realizados em junho alcançaram 90% das metas. Na quarta-feira (20), Cliff Lanham, responsável da divisão de veículos espaciais, informou que os engenheiros solucionaram falhas que causavam perda de hidrogênio no sistema de lançamento.
Planejamento da viagem à Lua
A Artemis 1 viajará ao redor da face oculta da Lua, em uma missão que irá durar entre quatro e seis semanas. A duração da viagem é a maior que uma espaçonave tripulada já fez sem acoplar. Depois, o veículo espacial voltará à Terra mais rapidamente e será submetido a mais calor do que todas as naves anteriores.
"Nosso primeiro e principal objetivo é expor o escudo térmico da Orion às condições de recuperação lunar", explicou Mike Sarafin, chefe da missão, em um comunicado. Em seu retorno, a cápsula viajará a cerca de 39.400 km/h e experimentará temperaturas com cerca de metade do calor do Sol.
O segundo objetivo do projeto é verificar a solvência do voo do foguete e da cápsula durante a missão. Por fim, a Nasa tentará recuperar a Orion após a sua amerissagem (pouso na água) e então revisá-la detalhadamente.
A espaçonave também será a responsável por posicionar pequenos satélites, denominados CubeSats, destinados a desenvolver experimentos espaciais.
Também já está programado o próximo voo, que será da Artemis 2. A missão será tripulada, mas os astronautas não sairão da nave. O sucesso dessas missões será imprescindível para a execução da Artemis 3, que levará a primeira mulher e pessoa negra ao solo lunar.
Contrato com a SpaceX
Após uma disputa entre empresas do ramo aeroespacial, em abril do ano passado, a SpaceX ganhou contrato avaliado de US$ 2,9 bilhões (aproximadamente R$ 16 milhões) para construir uma das espaçonaves Starships para o programa Artemis. As informações são da revista Exame.
A SpaceX, de Elon Musk, acabou vencendo a empresa espacial Blue Origin, do magnata Jeff Bezos, e a empreteira norte-americana Dynetics.
Antes da tomada de decisão, a Nasa divulgou os valores dos três contratos originais para as empresas. A Blue Origin receberia US$ 579 milhões (R$ 31,7 bilhões), o maior valor. Em seguida, a Dynetics , com US$ 253 milhões (R$ 1,3 bilhões), e a SpaceX, com US$ 135 milhões (R$ 739 milhões).
Segundo informações do Washington Post, a oferta da empresa de Musk "foi a mais baixa entre as ofertantes por uma ampla margem". O veículo de comunicação norte-americano ainda alegou que um dos motivos para que a SpaceX fosse a empresa escolhida é que a Starship é capaz de transportar uma grande quantidade de carga para a superfície da Lua e do satélite para a Terra.