A Agência Espacial Norte-Americana (Nasa) informou em um texto divulgado na quarta-feira (8) que o Telescópio Espacial James Webb foi atingido por micrometeoritos entre os dias 23 e 25 de maio. A colisão impactou os segmentos dos espelhos primários, mas não prejudicou o funcionamento geral da tecnologia, que continua capturando imagens do espaço.
Após o impacto gerado pelas rochas espaciais, a Nasa realizou uma série de testes e constatou que o telescópio ainda está funcionando em níveis maiores que os necessários para continuar suas operações. O impacto gerou apenas um defeito detectável nos dados que são enviados para a Terra.
A colisão com micrometeoritos já era algo previsto pelos astrônomos da Nasa, que consideram que em uma missão da magnitude da operação realizada pelo James Webb esse problema seja inevitável. Essas possibilidades foram, inclusive, previstas durante os testes realizados com o telescópio antes de seu lançamento.
Durante a construção do James Webb, os engenheiros misturaram ataques reais e simulações para testar os espelhos primários. No entanto, os impactos que a estrutura sofreu com a chuva de micrometeoritos foram maiores do que foi previsto na simulação. Apesar disso, a tecnologia resistiu e se saiu bem após o ataque sofrido no espaço.
Em um comunicado à imprensa, a Nasa informou que o espelho do James Webb foi projetado para resistir ao bombardeio de micrometeoritos e de outras partículas do tamanho de poeira que voam em velocidades extremas.
— Sempre soubemos que o Webb teria que enfrentar o ambiente espacial, que inclui luz ultravioleta severa e partículas carregadas do Sol, raios cósmicos de fontes exóticas na galáxia e ataques ocasionais de micrometeoritos em nosso Sistema Solar — informou Paul Geithner, vice-gerente técnico de projetos da Nasa, em comunicado.
A capacidade de detectar e ajustar a posição dos espelhos permitiu a correção parcial dos impactos gerados pelos micrometeoritos. Com isso, um simples ajuste de posição do segmento afetado pode cancelar uma parte da distorção após o dano.
Lançamento
O telescópio James Webb foi desenvolvido pela Nasa em conjunto com as agências espaciais europeia e canadense. Inicialmente, seu lançamento estava previsto para 2007. No entanto, alguns problemas como o alto custo de produção fizeram os engenheiros repensarem o projeto original, o que ocasionou um atraso.
Em 2016, a Nasa informou que o telescópio estava pronto, mas novamente o projeto foi suspenso por complicações referentes à construção. O problema persistiu até 2019, quando a tecnologia foi montada.
Com a pandemia de coronavírus, aconteceram novos atrasos e novas datas foram marcadas e adiadas em função de problemas técnicos ou condições climáticas. Em 2021, o lançamento passou de 18 de dezembro para 22 de dezembro. Depois, para o dia 24, remarcado para o dia 25, quando o telescópio finalmente decolou para o espaço.
De acordo com a Nasa, a tecnologia será útil para detalhar e caracterizar a composição da atmosfera de exoplanetas potencialmente habitáveis (localizados fora do Sistema Solar) em busca de informações sobre a origem da vida e do universo.