Uma equipe internacional liderada pelos astrônomos da Universidade Nacional Australiana (ANU) identificou o buraco negro que apresenta o crescimento mais rápido. O GNz7q, como é chamado, consome o equivalente a um planeta Terra a cada segundo e é aproximadamente 500 vezes maior que o buraco negro da Via Láctea, o Sagitário A*. As informações são do site da instituição de ensino da Austrália.
O objeto astronômico foi encontrado a partir do uso de dados do Telescópio Espacial Hubble, da Agência Espacial Norte-Americana (Nasa). O achado tem a massa de aproximadamente três bilhões de sóis. Outros buracos negros de tamanhos equivalentes pararam de crescer há bilhões de anos, enquanto o recentemente descoberto continua se expandindo.
O achado tem uma magnitude visual de 14,5, medida que indica o quão brilhante é um objeto para um observador da Terra. Esse valor equivale a dizer que qualquer pessoa com um telescópio de boa qualidade em um ambiente escuro pode detectá-lo. Além disso, ele brilha 7 mil vezes mais do que toda luz presente na Via Láctea.
Os pesquisadores têm buscado buracos negros como esse há 50 anos. Até o momento, só tinham encontrado objetos astronômicos desse tipo com crescimento inferior e com baixa luminosidade. O astrônomo Christopher Onken descreve o achado como uma "agulha muito grande e inesperada em um palheiro". Segundo Onken, o buraco negro possivelmente tenha passado despercebido por ele e outros estudiosos ao longo desses anos.
A descoberta fez parte do projeto Sky Mapper e os resultados foram publicados em 9 de junho no repositório arXiv e resultaram em uma publicação da Astronomical Society of Australia (Sociedade Astronômica da Austrália, em português).
Para os astrônomos, o achado pode ser um elo perdido entre as jovens galáxias formadoras de estrelas e os primeiros buracos negros supermassivos. Segundo Onken, o próximo passo da equipe é tentar descobrir o porquê de o buraco negro continuar crescendo e outras características que o diferem dos demais. Uma das hipóteses é que duas galáxias tenham colidido uma com a outra, o que fez com que fosse canalizado muito material que serve de "alimento" para o objeto astronômico.