Unicórnios, camelos, dragões e zebras. Com uma tendência cada vez maior para o empreendedorismo e para a criação de startups na economia brasileira e mundial, novos perfis de negócios passam a figurar no ecossistema da inovação.
A ebulição do setor é tão grande que o número de startups no Brasil cresceu 35 vezes em um período de dez anos, passando de 600, em 2011, para 21.517,em 2021, de acordo com dados da Startupbase e ABStartups.
— Essa visão de fazer um concurso público ou iniciar e terminar a carreira numa única empresa não é muito compatível com os Millennials (geração dos nascidos entre 1981 e 1995 ). Então já tinha uma pré-disposição das gerações mais novas para essa visão empreendedora, e a pandemia teve uma transformação digital e abriu espaço para buscar soluções aos problemas que vieram — explica o professor Guilherme Bertoni Machado, coordenador da Start incubadora de negócios da ESPM Porto Alegre.
O impulso também veio com incentivos do poder público. Além da possibilidade de se tornar um Microempreendedor Individual (MEI), o governo federal lançou, em junho de 2021,o Marco Legal das startups, que propõe medidas para fomentar estas iniciativas e facilitar investimentos.
— É um cenário favorável, principalmente pela geração da inovação com novas formas de gerir negócios. A necessidade que as empresas têm de se atualizar faz com que a gente tenha um solo bastante fértil para as startups — analisa Alcir Cardoso Meyer - Head de Startup do Sebrae RS.
Com modelos de negócios que lembram uma espécie de zoológico da inovação, as novas empresas têm métodos diferentes de alcançar crescimento, sustentabilidade financeira e lucros.
O vocabulário da inovação
Aporte - é o capital para que as startups consigam finalizar seus projetos de aceleração e expansão.
Business Model - é o método usado para determinar os passos seguintes para a expansão de uma startup.
ESG (na tradução: Governança Ambiental, Social e Corporativa) - empresas que buscam formas de preservar os recursos naturais, reduzir a emissão de poluentes e impactar positivamente o meio ambiente.
Lean - é um conceito de startup enxuta, que cria um negócio com alto nível de eficiência, tentando construir, medir e aprender para ir evoluindo o produto e o serviço. A ideia é a eliminação de desperdícios e perda de tempo.
MVP (na tradução: Mínimo Produto Viável) - é a versão mais simplificada de um produto para ser lançado em quantidade menor, quase como um piloto. O objetivo é validar o MVP para comprovar o interesse de público. Por exemplo, uma empresa de bolos de casamento começa a fazendo cupcakes para testar os recheios e sabores no mercado.
NDA (na tradução: Acordo de não divulgação) - se refere à confidencialidade que os investidores e as empresas assinam.
OKR (na tradução: Objetivos e Resultados Chave) - são métricas de validação usadas para mapear e medir os objetivos e resultados do negócio. Essa metodologia de gestão surgiu no Vale do Silício.
Scale - se refere às startups que estão em um estágio de crescimento acelerado.
Valuation - é o valor de mercado da empresa.
Para assistir
WeCrashed (disponível na AppleTV+)
Lançada em março deste ano, a série estrelada por Jared Leto e Anne Hathaway conta o fracasso da empresa WeWork, que tinha espaços de coworking (salas compartilhadas de trabalho para empresas e freelancers). O negócio alcançou um valor de US$ 47 bilhões de dólares em menos de uma década até afundar e ficar perto da falência.