A Amazon Web Services (AWS) — plataforma de serviços de computação em nuvem do grupo Amazon, fundado pelo bilionário Jeff Bezos — assinou uma parceria com a Agência Espacial Brasileira (AEB) nesta quarta-feira (16). O acordo prevê algumas iniciativas, entre elas o desenvolvimento do espaço aéreo brasileiro a partir da concessão de crédito e o treinamento das startups nacionais.
De acordo com Carlos Augusto Teixeira de Moura, presidente da AEB, o acordo será muito importante para que o Brasil possa desenvolver seu espaço aéreo e possa se inserir no mercado espacial internacional. A AWS ainda não informou qual será a data de início das medidas.
A primeira proposta que consta no documento diz respeito à oferta de crédito e suporte comercial a startups nacionais que serão concedidas pela AWS Activate Programa e pelo AES Activate Founders. Também serão ofertados treinamentos e certificações a profissionais. Além disso, tanto a a AWS quanto a AEB devem identificar iniciativas promissoras de tecnologia espacial que possam servir de apoio a outras organizações governamentais. De acordo com a agência espacial, a colaboração permitirá a inovação tecnológica para futuras missões relacionadas à ciência, exploração espacial e segurança nacional.
Outra medida presente no documento é a oferta do Programa de Patrocínio de Dados Abertos da AWS. Com esta medida, haverá o incentivo à colaboração entre a AEB e parceiros para que eles promovam a centralização dos dados espaciais. Para a aplicação desta estratégia, serão utilizadas ferramentas e tecnologias em nuvem.
O último item que consta é referente à discussão de políticas, estratégias e medidas regulatórias nacionais que apoiem missões e objetivos espaciais civis, comerciais e de segurança nacional do Brasil.
Nos próximos meses, o governo federal planeja realizar eventos para atrair projetos que possam ser atendidos pelo acordo. A AWS e a AEB ainda não divulgaram qual o valor total envolvido nesta parceria.
— O setor espacial deverá movimentar US$ 10 trilhões (equivalente a R$ 51,7 trilhões) nos próximos 10 anos. São recursos vultuosíssimos, e ter uma gigante do setor olhando para o Brasil e para nossas startups é tudo que a gente quer — afirmou Nestor Forster, embaixador do Brasil nos EUA, em entrevista à Folha de S.Paulo.
Desde março de 2019, o Brasil e os EUA firmaram um acordo para que os norte-americanos utilizassem a base de Alcântara, no Maranhão, para lançamentos .de foguetes. No entanto, desde então, o local tem sido pouco utilizado. A partir da parceria da AWS com a AEB, o governo espera que haja o incentivo do uso do Centro de Lançamento de Alcântara. O objetivo é transformar a base em um polo industrial do setor espacial, assim como aconteceu com São José dos Campos, em São Paulo. Lá, o local se tornou um centro dedicado à produção de aviões.