A Nasa lançou, na terça-feira (23) à noite, a missão para colidir uma sonda contra um asteroide — um teste para o caso de a humanidade precisar um dia impedir que uma rocha espacial gigante atinja a Terra. Pode parecer ficção científica, mas a "Missão de Teste de Redirecionamento de Asteroide Binário" é uma experiência real.
Com transmissão ao vivo, a aeronave decolou às 22h21min (horário local) na terça-feira a bordo de um foguete da SpaceX, da Base da Força Espacial de Vandenberg, na Califórnia.
O alvo é Dimorphos, uma "lua" com cerca de 160 metros — equivalente a duas Estátuas da Liberdade — de largura, cercando um asteroide muito maior chamado Didymos, de 780 metros de diâmetro. Juntos, eles formam um sistema que orbita o Sol.
"Asteróide Dimorphos, estamos indo até você!", tuitou a Nasa após o lançamento.
O impacto deve ocorrer no outono de 2022, quando o par de rochas se encontrar a 11 milhões de quilômetros da Terra, o ponto mais próximo que pode chegar.
— O que estamos tentando aprender é como desviar uma ameaça — disse o cientista-chefe da Nasa, Thomas Zuburchen, em uma entrevista coletiva sobre o projeto de US$ 330 milhões e o primeiro do tipo.
Os asteroides não representam uma ameaça ao nosso planeta, mas pertencem a uma classe de corpos conhecida como Near Earth Objects (Objetos perto da Terra). O Escritório de Coordenação de Defesa Planetária da Nasa está mais interessado em corpos maiores que 140 metros, uma vez que eles têm potencial de devastar cidades ou regiões inteiras com energia várias vezes maior que as de bombas.
Existem 10 mil asteroides próximos à Terra conhecidos com um tamanho de 140 metros ou mais, mas nenhum tem uma chance significativa de causar impacto ao menos nos próximos cem anos. Mas — uma advertência importante — estima-se que apenas 40% desses asteroides foram encontrados até o momento.
Impacto a 24 mil quilômetros por hora
A sonda, que é uma caixa com o volume de um grande refrigerador e painéis solares do tamanho de uma limusine de cada lado, irá colidir com Dimorphos a pouco mais de 24 mil quilômetros por hora, causando uma pequena mudança no movimento do asteroide.
O impacto lançará toneladas e toneladas de material. Mas, "não vai destruir o asteroide, só lhe dará uma pequena sacudida", afirma Nancy Chabot, do Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins, que lidera a missão em colaboração com a Nasa.