Os reguladores do setor de videogames na China pediram às empresas Tencent e NetEase que mostrem menos obsessão por lucros, suprimam conteúdo que possa estimular a "afeminação" dos homens e que promovam medidas para controlar a dependência dos mais jovens.
Recentemente, as regras para esse lucrativo mercado ficaram mais severas na China e, na quarta-feira, os CEOs da Tencent e da NetEase foram convocados pelos reguladores do setor. Horas depois, na noite de quarta-feira, a agência de notícias oficial Xinhua publicava as conclusões desta reunião.
As duas empresas receberam a ordem de "romper com o objetivo único de gerar lucros e modificar as regras que podem criar uma dependência". O governo também pediu às empresas que "apliquem ao pé da letra" as normas sobre tempo de jogo para menores de 18 anos.
Para combater a dependência dos mais jovens, a China estabeleceu, em agosto, que os menores de idade não podem jogar mais do que três horas por semana. E uma hora por dia apenas nos fins de semana e durante as férias escolares.
Os videogames na China geraram um faturamento de U$ 20 bilhões no primeiro semestre deste ano.
No país, há crianças que podem passar dias inteiros em frente às telas. Esse fenômeno é cada vez mais criticado por causar perda de visão, gerar um impacto negativo nos resultados escolares, promover um estilo de vida sedentário e causar um verdadeiro risco de dependência.
– O conteúdo obsceno e violento, assim como aqueles que favorecem tendências doentias, como o culto ao dinheiro e à efeminação, devem ser suprimidos – disseram os reguladores, citados pela agência de notícias Xinhua.
Na semana passada, o governo chinês proibiu alguns reality shows e ordenou que os organizadores estimulem uma imagem mais masculina dos homens.
Diante da queda da natalidade no país, a China critica o estilo afeminado de alguns homens famosos, inspirado principalmente em cantores coreanos.
Nesta quinta-feira (9), as ações da Tencent caíam 6,65% na bolsa de Hong Kong, e as de seu concorrente NetEase, 6,84%.