Lançado oficialmente na quarta-feira (14) em Porto Alegre, o aplicativo Na.Mosca se assemelha às conhecidas plataformas digitais de relacionamento: você abre o programa, monta seu perfil e encontra aquele ou aquela com quem mais combina. A diferença é que, no Na.Mosca, os perfis serão criados por pessoas interessadas em adotar e o “match” será com animais de estimação que precisam de um lar e se encaixam nas expectativas e rotina informadas pelos adotantes.
A ideia do aplicativo surgiu para ajudar a ampliar e agilizar as adoções de pets, bem como para deixá-las mais certeiras, a fim de evitar possíveis devoluções — que costumam ser bastante comuns —, explica a fotógrafa Márcia Messa, 46 anos, responsável pelo projeto. Segundo ela, o número de animais sem um lar aumentou durante a pandemia, pois as feiras de adoção foram suspensas, gerando um acúmulo de cães e gatos em abrigos, e a taxa de abandono segue crescendo.
— Há muitos animais abandonados em virtude de diversos motivos, inclusive de pessoas que faleceram devido à covid-19 e os familiares não quiseram ficar com os animais, e os colocaram na rua — afirma.
Márcia também é presidente da Associação Bendito Bicho, que atualmente reúne quatro fotógrafos voluntários para registrar e divulgar os animais disponíveis para adoção em abrigos de Porto Alegre e da Região Metropolitana. Ela relata que durante suas atividades como voluntária sempre percebeu uma dificuldade em acertar a combinação entre os perfis do tutor e do pet. Por esse motivo, pensou em novas alternativas para auxiliar os protetores:
— Precisava existir uma maneira de ajudar esse pessoal a ter mais visibilidade, eu queria ampliar isso, e aí surgiu o Na.Mosca. A ideia é que diversos projetos e protetores do Brasil possam estar ali divulgando seus animais, o aplicativo fornece isso gratuitamente.
Como funciona?
O app está disponível para download gratuito nos sistemas Android e iOS. Ao acessar a plataforma, o usuário informa sua cidade e seleciona a instituição da qual deseja adotar. Depois disso, ele realizará um teste de perfil, respondendo a cerca de 10 perguntas, que analisam sua rotina, preferências, disponibilidade de tempo e energia para dedicar ao animal, entre outras questões.
Finalizado o teste, o aplicativo mostra ao usuário dois ou três pets que se encaixam em seu perfil, para que ele possa conferir as características dos animais e escolher seu preferido. Márcia Messa esclarece que, caso a pessoa não goste do resultado do match, ela não é obrigada a adotar um dos pets, podendo acessar a lista de todos os cachorros e gatos disponíveis para adoção naquela ONG.
— Acreditamos que não se pode adotar um bichinho procurando por características pré-definidas: porte pequeno, cor branca, peludinho. É preciso procurar um animal que tenha a ver com o teu perfil, com o teu modo de vida, e ele pode ser porte grande e preto. Não pode haver esse preconceito, e é isso que o aplicativo vem trazer, ele faz um match para mostrar: esse aqui é o que combina contigo — defende a idealizadora da plataforma.
Depois do match
Logo depois que o usuário indicar qual seu pet preferido, a instituição entrará em contato para dar prosseguimento ao processo de adoção, que também conta com uma entrevista. Quando a adoção for confirmada, o tutor receberá um login para uma área especial do aplicativo, que fornece vouchers de desconto e acesso a conteúdos exclusivos, que são disponibilizados pelas empresas parceiras da plataforma.
Para os abrigos
Ao entrar no aplicativo, os usuários deparam com duas opções: “Encontrar” e “Faça login”. A segunda alternativa é destinada às ONGs e abrigos que desejam divulgar seus animais disponíveis para adoção. De acordo com Márcia, não há restrição de Estado, ou seja, instituições de qualquer região do Brasil podem utilizar a plataforma.
No entanto, a fotógrafa ressalta que os projetos passam por um processo de avaliação para entrar no aplicativo. Entre os pré-requisitos está o tempo de atividade e o foco na adoção de animais. Instituições interessadas em cadastrar seus pets na plataforma podem entrar em contato pelo Instagram ou pelo e-mail contato@namoscaapp.com.br.
Até a tarde desta quinta-feira (15), o aplicativo contava com três entidades cadastradas, sendo duas de Porto Alegre (Instituto Paula Lopes e Associação Bendito Bicho) e uma de Belo Horizonte, Minas Gerais (Abrigo Balaio de Gato).
Produção: Jhully Costa