Avisado por um grupo de amigos observadores de cometas, o fotógrafo gaúcho Gabriel Zaparolli estava com o equipamento montado no Morro das Furnas, em Torres, na madrugada de 25 de novembro, quando captou um momento raro: conseguiu fotografar o cometa C/2020 S3 Erasmus no céu do Litoral Norte. O corpo celeste é uma descoberta recente da comunidade astronômica – foi registrado pela primeira vez em 17 de setembro de 2020 pelo cientista Nicolas Erasmus, do projeto ATLAS-MLO, no Havaí.
A chance de observá-lo é rara: a previsão é de que seja mais visível em 12 de dezembro, ocasião em que terá mais brilho por estar no ponto de sua órbita mais próximo do Sol (periélio). Depois, continuará sua viagem ao redor do astro e não poderá ser visto por cerca de 2 mil anos.
De acordo com o diretor científico da Região Sul da Brazilian Meteor Observation Network (Bramon), Carlos Fernando Jung, Erasmus só poderá ser vistoobservado com equipamento adequado. Trata-se de um cometa pequeno, de pouca magnitude (brilho) e que está muito distante da Terra. Mesmo a observação com telescópio dependerá das condições do tempo:
— Para eventos como esse, deve haver o mínimo de luminosidade do Sol ou da iluminação pública possível. E sempre céu aberto, sem qualquer nuvem — afirma Jung.