O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, receberá esta semana uma recomendação sobre os riscos à segurança nacional representados pelo TikTok, uma rede social de vídeos chinesa que Washington suspeita ser usada para espionagem por Pequim, disse o secretário do Tesouro, Steve Mnuchin, nesta quarta-feira (29).
Mnuchin disse à imprensa que a análise está a cargo do Comitê de Investimentos Estrangeiros nos Estados Unidos (CFIUS, na sigla em inglês), que lida com empresas e aquisições que afetam a segurança nacional.
— O TikTok está sendo analisado pelo CFIUS e faremos uma recomendação ao presidente esta semana. Temos muitas alternativas — afirmou Mnuchin.
— Estamos analisando o TikTok e pensando em tomar uma decisão — declarou Trump, que já levantou a possibilidade de proibir a rede social, cujo formato de vídeos curtos artísticos e humorísticos é celebrado especialmente pelo público jovem.
O TikTok teve uma explosão de popularidade durante o confinamento pela pandemia do coronavírus. Estima-se que ele tenha 1 bilhão de usuários.
A notícia sobre o TikTok é anunciada em meio a crescentes preocupações de funcionários e legisladores americanos sobre vínculos com o governo da China e seu possível uso como ferramenta de espionagem, uma acusação constantemente rejeitada pela empresa.
Ataques difamatórios
Mais cedo, nesta quarta, o TikTok respondeu ao que chamou de "ataques difamatórios" por parte da rede social americana Facebook e defendeu suas atividades, alegando que as mesmas ajudam a promover a concorrência no mercado dos EUA.
Em publicação em um site, o CEO do TikTok, Kevin Mayer, disse que os ataques foram "disfarçados de patriotismo e projetados para encerrar nossa presença nos Estados Unidos".
— Não somos políticos, não aceitamos propaganda política e não temos uma agenda. Nosso único objetivo é continuar sendo uma plataforma vibrante e dinâmica da qual todos possam desfrutar — continuou Mayer.
Mayer disse que o TikTok estabeleceu diretrizes de transparência e que revelará mais do que outras plataformas sobre seus algoritmos internos.
— Acreditamos que todas as empresas deveriam divulgar seus algoritmos, políticas de moderação e fluxos de dados aos reguladores — apontou.
Vários congressistas americanos pediram a proibição do TikTok, e um projeto de lei pendente tornaria ilegal que funcionários federais usassem o aplicativo em dispositivos do governo.
Mayer disse que o TikTok respeitará as leis dos Estados Unidos e alegou que a empresa tem sido alvo de maior análise devido a suas origens chinesas.
— Aceitamos isso e aceitamos o desafio de proporcionar tranquilidade por meio de uma maior transparência e responsabilidade — afirmou.